Domingo, 11 de outubro de 2009 - 20h17
Neste mesmo dia, comemoram-se três datas, embora poucos se lembrem delas:
1 - Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil;
2 - o Dia das Crianças; e
3 - o Descobrimento da América.
Nosso feriado nacional, no entanto, é devido somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo tais fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede n´água, ela voltava vazia, até que lhes trouxe uma imagem humana sem a cabeça.
Jogando a rede, outra vez, um pouco abaixo do ponto onde estavam pescando, pescaram a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes.
Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os 15 anos seguintes, a imagem permaneceu com a família de Felipe Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava.
A família construiu um oratório, que, logo se tornou pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior.
Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.
Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. E, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica começou em 1946, com projeto assinado pelo engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por ocasião da comemoração do 250º aniversário do encontro da imagem, ainda com o templo inacabado. O papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas.
A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.
A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento da imagem no rio Itaguaçu) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença durante todo ano.
A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram o símbolo da devoção dos fiéis à santa.
Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo.
Cá com meus botões
“Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a milhares de pessoas. E, que Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.”
Fonte: Antônio Roque
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