Quinta-feira, 25 de maio de 2023 - 15h15
Volto ao tema da insegurança por
considerá-lo importante e oportuno, principalmente depois dos recentes
episódios que sacudiram a cidade de Porto Velho, enquanto algumas de nossas autoridades se refestelavam,
apenas para dizer aos que nos governam que segurança pública vai muito além da
retórica oca e fofa.
No governo do tucano Fernando
Henrique Cardoso foi aprovado o Plano de Segurança Nacional que não conseguiu
ir além. Em 2006, a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou um pacote de medidas para
combater a criminalidade no país. Ao
todo, foram onze projetos que deveriam ter saído do papel, mas que não surtiram
nenhum efeito prático.
Hoje, diante da constatação de
que a situação só se agravou, a opinião
pública espera que as medidas aprovadas sejam levadas adiante e implantadas adequadamente. É fácil identificar o descaso com que a
violência no Brasil é tratada tanto pelos governos quanto pelos demais poderes
da República.
Quando acontece uma tragédia
de repercussão nacional, o assunto ocupa
os principais espaços da mídia, com autoridades do governo e especialistas travando debates e lançando
críticas em várias direções e anunciando
medidas que nunca serão executadas, como se fosse oferecido um paliativo à
população e, depois, o esquecimento tem sido o caminho seguido.
A segurança pública não pode
ser tratada de maneira isolada, episodicamente, aparecendo apenas durante a
campanha eleitoral e nos momentos de eclosão da violência, como se tem visto, aqui e alhures. Insistir
nesse tipo de conduta é despertar o povo, levando-o a fazer justiça com as próprias mãos. É, também, apostar na instabilidade e investir
no caos. Enquanto as autoridades discutem o sexo dos anjos, a bandidagem encontra
enorme facilidade para a sua expansão e a população, coitada, seque aterrorizada.
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