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Adilson Siqueira: QUEM MANDA É O POVO RAPAZ!


O governo Lula da Silva entre vários males que praticou e está praticando à sociedade brasileira - pode se destacar de que prometeu um governo para os trabalhadores - mas, na prática, vendeu sua alma aos banqueiros e ao grande capital, tanto nacional, quanto internacional. Outro grande, senão o maior foi continuar a desorganização da classe trabalhadora, iniciada por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, que executou – na calada da noite - a busca de desestabilizar sistematicamente a luta de classes.
O governo do PT e seus aliados, de forma maléfica, vem cooptando lideranças sindicais e dos movimentos sociais - tanto urbana, quanto rural - levando para perto de si, e a partir daí, estabelecendo um controle extensivo às instituições dirigidas por essas lideranças. Instituições essas que em um passado recente estiveram ajudando na organização e na luta da classe trabalhadora, como CUT e MST. Essas entidades são consideradas hoje braços direito do governo e de sua governabilidade.
Em recente artigo de Frei Beto, intitulado “Como endireitar um esquerdista” analisa o conceito de esquerdismo dizendo: “Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concede mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal”. Como se observa em Lênin no seu livro, intitulado: “O esquerdismo, doença infantil do comunismo”. Nesse sentido, o esquerdismo é uma falácia, pois são oportunistas de primeira hora. Já os que defendem a esquerda têm no horizonte a construção de uma sociedade de justiça e paz; princípios esses que são norteadores dos princípios da ética, ou seja: a construção de uma sociedade onde todos possam desfrutar dos bens que ela mesma produz e que a riqueza possa ser distribuídas para que seja garantida a qualidade de vida do povo.
Nesse artigo Frei Beto que esteve no governo Lula coordenando o programa “Fome Zero”, esclarece a um membro do governo que lhe havia questionado: “Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo”. E sua resposta foi enfática “tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles”.
O governo Lula que dá migalhas para os pobres (bolsa família), mas que administra para os ricos, agora articula o seu terceiro mandato. Por outro lado, a sociedade civil realizou no dia 24 de outubro, a maior manifestação de massa em Brasília onde reuniu cerca de 20 mil pessoas na marcha contra as Reformas do Governo, coordenada pelas centrais sindicais, Conlutas e Intersindical, pelas pastorais sociais e pelos partidos PSOL, PSTU e PCB, dando sinal de que existe uma reorganização da classe trabalhadora.
Em Rondônia, o poder público está a serviço dos interesses daqueles que tem o poder aquisitivo mais alto, enquanto isso a população vive na ilusão de que a “tábua de salvação” do desemprego é a construção das hidrelétricas do rio Madeiro. As pessoas mais esclarecidas já perceberam que o maior objetivo da construção dessas usinas é a elevação das águas dos rios Madeira, Benin e madre de Dios proporcionando assim, o escoamento da produção de soja, carne, eucalipto, etc., ou dos produtos primários que o Brasil foi empurrado pelos organismos internacionais a se transformar.
O governo de Roberto Sobrinho (PT) de Porto Velho segue a mesma lógica do governo Federal, buscando ampliar a bolsa família. Induz a população a esperar a construção das usinas para salvar o emprego e realizar a reforma da praça do paço da prefeitura
Qualquer pessoa de bom senso sabe Porto Velho, por ser uma cidade quente e úmida, necessita de árvores frondosas, mas a prefeitura prefere importar palmeiras imperiais e substituir as poucas árvores que existiam nas avenidas da cidade.
Na questão cultural a prefeitura desorganiza o museu da E.F.M.M., destelha patrimônio histórico, desmata uma área tombada pelo patrimônio nacional – antigo hospital da Candelária - para realizar um conjunto habitacional, e segundo moradores, foram encontrado ossadas humanas do antigo cemitério da Candelária onde foram sepultados até 1912. 1.552 pessoas que para aqui (em Porto Velho) vieram trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (E.F.M.M) é lá no cemitério da Candelária que estão enterrados. O cemitério funcionou até 1919. É pena que as pessoas que moram em Porto Velho nem sequer sabem onde está o cemitério da Candelária.
O que se observa é que essa administração municipal – de Porto Velho - não tem planejamento de políticas públicas que venham ao encontro das reais necessidades da população e que leve em conta a história da nossa população.
Fonte: Adilson Siqueira de Andrade
(Professor de Filosofia e Antropologia da Universidade Federal de Rondônia-UNIR e 2o vice-presidente da Regional Norte 1 do ANDES-SN)

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