Segunda-feira, 28 de novembro de 2022 - 18h35
O horário de verão foi instituído
pela primeira vez no Brasil em 3 de outubro de 1931, e durou até 31 de março de
1932. No verão seguinte foi reeditada a medida, com a mesma duração da versão
anterior. Depois disso, adiantar o horário no país em 1 hora, ocorreu em
períodos não consecutivos, nos anos de 1949 até 1953, de 1963 a 1968. Nos
tempos atuais, de 1985 a 2018. Em abril de 2019, decreto
presidencial encerrou o ciclo do horário de verão.
Segundo o Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS), "O Horário de Verão tem como objetivo principal a
redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional (SIN) no período de
ponta. Isso é possível, pelo fato da parcela de carga referente à iluminação
ser acionada mais tarde, que normalmente o seria, motivada pelo adiantamento do
horário brasileiro em 1 hora. O efeito provocado é de não haver a coincidência
da entrada da iluminação, com o consumo existente ao longo do dia, do comércio,
e da indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas".
A
justificativa para o horário de verão é contribuir para reduzir o consumo de energia,
com o
melhor aproveitamento da luz natural, proporcionando assim uma importante
redução no consumo de energia elétrica destinada à iluminação artificial.
Também assim, dilui o horário de pico, evitando uma sobrecarga do sistema.
Mais
recentemente, com elevadas ondas de calor, foi verificado o deslocamento do
período de ponta (em média
entre 7 a 9 horas, e 19 a 21 horas), nas regiões Sul e Sudeste,
maiores consumidores de energia. A ocorrência de uma maior demanda foi
identificada nas residências pelo acionamento do ar condicionado na metade da
tarde. Assim o adiantamento dos relógios passou a não fazer diferença
significativa na economia de energia. O que acabou justificando sua
interrupção.
Além da
pequena redução no consumo de energia, a mudança no horário funciona bem nas regiões distantes da linha do
Equador, pois no verão os dias se tornam mais longos e as noites mais curtas.
Nas regiões próximas ao Equador, como a maior parte do Brasil, os dias e as
noites têm duração igual ao longo do ano, e a implantação do horário de verão
nesses locais traz pouco ou nenhum proveito.
Outro ponto negativo na adoção do
horário de verão é que o adiantamento dos relógios pode trazer
malefícios ao ciclo biológico da população em geral, principalmente nas
crianças. A consequência imediata é o desajuste do relógio biológico. Enquanto
o organismo não se adapta ao novo horário, o indivíduo se sente mais sonolento
e, em decorrência disso, aumenta o cansaço e a diminuição da atenção. O aspecto da segurança é
recorrente entre as denúncias das mulheres, que se queixam de não sentirem
seguras em sair de casa para trabalhar ainda no escuro.
Cerca de trinta países usam o
horário de verão pelo menos em uma região do seu território. Grande parte está
localizado no Hemisfério Norte, em altas latitudes, onde o inverno
é mais rigoroso, com o Sol se pondo muito cedo, e nascendo lentamente durante o
dia. No verão, o inverso ocorre. É comum o dia ainda estar claro às 20 ou até às
22 horas. Por isso, nesses lugares o horário de verão faz uma grande diferença.
No caso do Nordeste brasileiro,
inserido entre as latitudes de 0o a 15o, próximo ao
Equador, a duração dos dias e das noites não sofre grandes alterações
significativas ao longo do ano. Este fato torna as possíveis reduções no
consumo de energia, inexpressivas, pelo adiantamento do relógio. Assim
dispensável a inclusão desta região, sob o ponto de vista exclusivamente
elétrico.
Outras opções existem, e com
melhores resultados na economia de energia. Por ex.: seria a troca do
chuveiro elétrico pelo aquecimento solar da água. É conhecido que entre 20% a
40% do consumo residencial é devido ao gasto com o chuveiro elétrico. Caso
houvesse políticas públicas que incentivassem a substituição do chuveiro pelos
coletores solares planos para aquecimento de água, como já é feito largamente
em várias partes do mundo, poderíamos ter uma economia total no consumo de energia
elétrica, em torno de 10%. Valores bem mais significativos do que
ocorreram, com a adoção do horário de verão nos últimos anos. E ademais, o uso
do aquecimento de água solar seria contínuo, durante todo o ano, e não somente
em um curto período
Existem argumentos favoráveis à
adoção deste novo horário que visam atender interesses ligados à movimentação
da própria economia de base, como o turismo, telecomunicações, rádio e
televisão, aviação comercial, transações bancárias, entre outras. Todavia estes
interesses não são explicitados para a população. Não existem estudos
conclusivos que de fato demonstrem os prejuízos financeiros a estes setores,
causados pela não adoção desta modificação no horário oficial.
Na minha opinião, mudanças de tal ordem, afetando milhões de pessoas, deveriam ser discutidas mais amplamente e não ficarem restritas a decisões de tecnocratas que desconhecem a importância de incluir a população nas decisões que afetem toda a coletividade. Democratização da política energética, JÁ.
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.
Silêncio do prefeito eleito Léo Moraes quanto à escolha de nomes para o governo preocupa aliados
O silencio do prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), quanto à escolha de nomes para comporem a sua principal equipe de governo vem se
Zumbi dos Palmares: a farsa negra
Torturador, estuprador e escravagista. São alguns adjetivos que devemos utilizar para se referir ao nome de Zumbi dos Palmares, mito que evoca image
Imagino quão não deve estar sendo difícil para o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) levar adiante seu desejo de não somente mudar a paisagem urban
Aos que me perguntam sobre eventuais integrantes da equipe que vai ajudar o prefeito eleito Léo Moraes a comandar os destinos de Porto Velho, a part