Segunda-feira, 3 de março de 2014 - 11h50
Professor Nazareno*
Porto Velho, a charmosa e simpática capital do Estado de Rondônia, vai se acabar. E o iminente fim desta cidade não se deve, como muitas pessoas erroneamente acreditam, à maior enchente do indomável rio Madeira que lhe banha. E muito menos às constantes e desastrosas administrações a que fomos submetidos nas últimas décadas. O fim está muito próximo e quem nos diz isto são as teorias antropológicas e sociológicas de Claude Lévi-Strauss, intelectual franco-belga que afirmou certa vez que “para se destruir uma sociedade, basta destruir a sua cultura”. Os dois fatos acima citados têm influência direta no Armagedon porto-velhense, mas não são determinantes para este ocaso. Se a cultura daqui ainda não foi extinta em definitivo, está sofrendo com o passar dos tempos violentas e covardes investidas que apontam nesta incômoda direção.
A rotina de se destruir sistematicamente a “cultura” local começou há décadas por aqui. Se futebol é cultura como muitos acreditam, este esporte já não faz parte da rotina dos nossos habitantes há um bom tempo. Grandes clássicos entre Moto Clube e Ferroviário ou Flamengo e Ipiranga apenas povoam escassas lembranças. O futebol, reconhecido no Brasil inteiro como esporte das multidões, sobrevive hoje em alguns bares improvisados apenas para adorar times de fora do Estado. Porto Velho é a única dentre as capitais brasileiras que não tem este esporte. Não gosto de futebol, mas defendo o direito de sua existência. Expovel, Feira Agropecuária de Porto Velho, já deixou de existir faz um bom tempo apesar das mais de 12 milhões e cabeças de gado que Rondônia possui. Não é cultura, mas deveria ser-lhe assegurado o direito de existir.
O carnaval não me apraz, mas por que acabar com ele? Acho uma festa ridícula, sem sentido, alienante, tosca e que incentiva a bebedeira, as drogas, a vadiagem e a violência. Jamais iria a um desfile da Banda de Porto Velho, por exemplo. Mas não vê-la desfilando no sábado de carnaval juro que me deu muita pena. Porém, penso: Como pode uma Banda que se gaba de ter mais de três décadas de existência depender de um Mauro Nazif, de um Confúcio Moura ou de um Judiciário brasileiro para desfilar? Não conseguiu amealhar neste tempo todo infraestrutura suficiente para se bancar sem depender do dinheiro público? E os inúmeros blocos daqui, também não? Então não merecem mesmo sair às ruas. Deveríamos ter umas cinco ou seis bandas iguais a essa e uns duzentos blocos, mas nenhum vivendo à custa do Erário, mamando nas tetas.
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