Sábado, 28 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Ajuste fiscal meia boca


Por Valdemir Caldas - Gente de Opinião
Por Valdemir Caldas

Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Jair Bolsonaro. Todos, sem exceção, elegeram o ajuste fiscal como prioridade em seus governos, mas só elegeram. Nenhum deles teve a coragem de ousar, de realizar uma reforma tributária digna do nome, capaz de retirar a economia brasileira do marasmo em que se acha há décadas e décadas. No máximo, um remendo hoje, outro amanhã, nada mais que isso. Não sem motivo a legislação tributária brasileira mais parece um colha de retalhos, que beneficia uns poucos, em detrimento da maioria da população. O Brasil tem a maior carga tributária do mundo. Isso não é novidade para ninguém. São tantas siglas que até os mais experientes profissionais do direito tributário acabam se atrapalhando com a mistura de letras.  

 

Agora, em seu terceiro mandato, Lula volta a eleger a reforma tributária como uma das prioridades de sua administração, tendo como porta-voz o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, papel esse desempenhando em  2003 pelo então ministro Guido Mantega, que, naquela ocasião, após cem dias de governo, divulgou um documento com o pomposo nome de “Política Econômica e Reformas Estruturais”. O social, a menina dos olhos do “Brasil para Todos”, cedeu lugar ao ajuste fiscal, como compromisso mais importante e inadiável, que logo foi substituído por outra preocupação do governo até acabar numa dessas gavetas da burocracia oficial, para, só então, retornar à cena política na próxima campanha presidencial, como costuma acontecer no Brasil. 

Todo mundo sabe que, sem uma reforma tributária decente, a economia brasileira continuará patinando, a informalidade no mercado seguirá em alta, de mãos dadas com a desigualdade social. Precisamos de um sistema justo e eficiente, que realce a progressividade tributária, fazendo com que os mais ricos paguem proporcionalmente mais impostos. Chega desse negócio de reforma meia boca, que em nada contribui para o crescimento da economia nacional. Pelo contrário, só ajuda a estagnar ainda mais a economia brasileira e aumentar o abismo social que coloca o Brasil na dianteira dos mais desiguais. Contudo,  ainda que a reforma venha a ocorrer, dificilmente atingirá um dos vícios mais arraigados na vida econômica brasileira, que é o chamado “Custo Brasil”, expressão usada pelos economistas para designar os problemas estruturais, burocráticos, econômicos e trabalhistas, que não somente impedem o crescimento do país, como também influenciam, negativamente, o terreno de negócios.

Gente de OpiniãoSábado, 28 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

O que se espera de Léo Moraes em matéria de arquitetura e urbanismo

O que se espera de Léo Moraes em matéria de arquitetura e urbanismo

A cada mudança na prefeitura, renovam-se as esperanças de que sejam melhoradas as relações do Executivo Municipal com as diversas categorias profiss

Forças Armadas portuguesas a abusar do Natal e da inteligência de portugueses!!!

Forças Armadas portuguesas a abusar do Natal e da inteligência de portugueses!!!

Arrogância e Desrespeito militar sem LimitesUm mundo agressivo, complexo e artificial, sente-se incomodado com a mensagem natalícia e escolhe prec

Presépio: o berço de humanidade e símbolo universal de paz

Presépio: o berço de humanidade e símbolo universal de paz

Belém o Ponto de Encontro de Oriente e Ocidente O Natal, simbolizado pelo presépio de Belém, revela-se como ponto que rasga fronteiras, como o pon

A banalização na concessão de Títulos de Cidadão Honorário

A banalização na concessão de Títulos de Cidadão Honorário

A concessão de Títulos de Cidadão Honorário tornou-se, de tempos a este, algo banal por parte de algumas casas legislativas. A atribuição de um Títu

Gente de Opinião Sábado, 28 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)