Segunda-feira, 19 de setembro de 2022 - 20h19
O exercício da política deveria ser
a mais nobre das atividades humanas. Isso porque, diferente de todas as outras,
a política é a única que não se constitui numa profissão. Teoricamente, o
desempenho de um mandato deveria ser um hiato, uma interrupção passageira na
vida de uma pessoa, durante a qual ela se dedicaria por inteiro à causa
pública.
No Brasil, porém, a regra virou
exceção. Para alguns, a política deixou de ser exercida como um elevado
sentimento de missão, a cargo daqueles verdadeiramente vocacionados e
preparados para cumpri-la, para tornar-se campo fértil à satisfação de
interesses eleitoreiros, pessoais, de familiares e de grupos, com as honrosas
exceções.
Recentemente, o ex-tucano de
carteirinha e antipetista Geraldo Alckmin, hoje, vice na chapa do Lula,
apareceu no programa eleitoral do partido tentando convencer incautos
eleitoreiros de que jamais teria dito que Lula queria voltar à cena do crime.
Alckmin fez um malabarismo linguístico tremendo para justificar o
injustificável, ou seja, de que tudo não passou de um mal-entendido, algo que
ficou no passado, mas que adversários insistem em colocar no presente para
melar sua aliança com o lulismo.
Quanto a mim, senhor Alckmin, pode ficar tranquilo. Estou convencido de que o senhor jamais teria dito tamanha asneira. Aquele vídeo parece coisa montada. Nada daquilo é verdade. Até que se prove o contrário, o senhor é um homem íntegro, sério, jamais chamaria alguém de bandido e, depois, aceitaria o convite para ser vice dessa pessoa. Foi um pequeno erro de cacofonia, que saiu sem querer. O senhor nunca disse que Lula queria voltar à cena do crime. E eu acredito no senhor.
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