Quarta-feira, 8 de março de 2017 - 15h15
247 – Em vídeo publicado no site Nocaute, do jornalista Fernando Morais, o ex-ministro da Justiça e subprocuradora-geral da República Eugênio Aragão fez críticas à forma como vem sendo feito julgamentos no Brasil, em especial pela Operação Lava Jato.
Em referência a uma apresentação de procuradores da força-tarefa da operação, ele destacou que "banalizou-se o uso" do termo "organização criminosa". "Chegou-se até mesmo a querer qualificar o governo federal de organização criminosa. O que é um completo contrassenso", disse.
"Então, se você banaliza o uso dessa expressão gravíssima que é reservada a tipo de crimes de uma certa envergadura, claro que os usos dos instrumentos típicos para o combate dessas organizações que cometem crimes graves, acabam tendo uma aparência abusiva, de abuso", observa Aragão.
"Porque passa-se a adotar táticas extremamente duras e violentas contra pessoas que não são violentas e das quais não se deve esperar qualquer tipo de atitude, de ameaça a outro, à integridade física ou até à vida de seus delatores, por exemplo. Condução coercitiva tem sido usada de forma absolutamente exagerada", afirmou o ex-ministro.
"Quando nós vimos, por exemplo, há quase um Lula ser conduzido coercitivamente em um verdadeiro show midiático, sendo que ele sequer tinha sido intimado para um ato judicial ou um ato de instrução. Mas isso aconteceu não só com o Lula. Isso aconteceu com inúmeros atores da política nacional e da economia nacional", diz ainda Aragão.
"E o que acaba sobrando é na verdade, nesse cenário de terra arrasada na política e na democracia são os fascistas celerados em torno de Bolsonaro e outras figuras que hoje infelizmente pululam nas redes sociais transformando-as em parques de diversões para exporem as suas atitudes de raiva, de ódio e de intolerância. Então, mexer com Lula é mexer com a democracia", completa.
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