Terça-feira, 7 de julho de 2009 - 21h13
“alegrias e tristezas na conexão pau de sebo – trio elétrico”
* Por Altair Santos (Tatá)
Silenciaram os teclados (afinal, já não se toca mais sanfona). Tememos que o Cobra Choca, afamado sanfoneiro de outros junhos maracujaenses, seja empurrado vidro a dentro e, feito cobra de laboratório, passe a contar seus dias no alto duma prateleira. Os santos do mês e nós também, repousam os ouvidos daquela batida do eletro-ritmo produzindo xotes ajaponesados em contraponto ao zabumba e triângulo. Orientalizaram de vez com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Pif, Trio Nordestino e outros. Achinezaram para sempre o forró. O enfadonho refrão de sempre, “pé de côco”, sai do ar para dar vez - no próximo final de semana - ao principal hit do universo axé, aquele grito de “tira o pé do chão galeraaaaaa!!!.” Caipiras urbanos repousam os corpos sobre o tafetá, brocado, organza e rendados, os tecidos do figurino de então, sonhando com abadá, a indumentária de gala dos próximos dias festivos. Na transição dos sonhos os cansados vencedores e vencidos, após cinco horas de exaustiva apuração sob sol forte, adormecem na pele de catirinas para, daqui a pouco, despertarem travestidos de súditos do trio elétrico. Os décimos de pontuação que conferiram o bi-campeonato ao bumbá Diamante Negro, embalam a insônia do Gigante Sagrado (Corre Campo). O título da do Furacão do Norte (Rádio Farol), inconteste, diga-se de passagem, premia o bom gosto, a organização o trabalho planejado. Os dez pontos perdidos pela Rosa Divina (sem direito a defesa) expõem as vísceras de um regulamento unilateral, antidemocrático, ou seja: pode a acusação, mas não pode a defesa (isso é perigoso). Aliás, no paraíso do pode/não pode, não podia: pular na arquibancada, se animar no camarote, não podia se indignar, protestar, se coçar, fazer careta... Que arraial é esse! Algumas quadrilhas juninas e bumbás capricharam no esmero coreográfico, no figurino, na alegria de ser e fazer cultura popular, resultado: estão além da organização e do regulamento. Nas arquibancadas, o povo se contorcia pra tentar ver os personagens das quadrilhas, haja vista que, às suas frentes, estavam instaladas duas enormes treliças de iluminação com canhão e tudo. Nos camarotes, bem na cara dos convidados, as gruas (braços de ferro das tv`s) faziam passeios invasivos, verdadeiras acrobacias aéreas por sobre as cabeças de catirinas, cazumbás e casal de noivos. Diante de coisas boas e ruins, sobrou para a sábia inquietude do meu amigo Antonio Serpa (Basinho) discorrer sobre o fétido lamaçal que nos transpôs as narinas, sujou as chinelas e fez escorregar uma bela moça, a ponto da mesma ir direto, de bumbum ao chão. Já viu né? Ademais, estas e outras coisas como, por exemplo, os quindins e quitutes da época ali vendidos a preços estratosféricos tudo parecia muito normal e aceitável a poucos metros do zoom de pelo menos seis emissoras de tv, rádios, jornais, sites e fofoqueiros, sem que ninguém denunciasse ou sequer comentasse algo afinal, seus alvos preferidos eram os políticos que por ali circulavam. Assim sendo, deu tempo pra içar a vela e navegar direto na conexão pau de sebo – trio elétrico.
O autor é músico
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