Quinta-feira, 11 de setembro de 2008 - 09h17
por Luciana Oliveira*
O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Porto Velho foi pra lá de fastidioso, como tem sido, aliás, toda a propaganda eleitoral gratuita. No primeiro confronto Roberto Sobrinho não só mostrou ser o melhor candidato, mas o único a apresentar propostas consistentes e a demonstrar segurança no dizer e questionar. Até os abutres do meio jornalístico que o perseguiram e que me presentearam com algumas ações por danos morais reconhecem isso.
A indiscutível falta de opção é muito ruim para a cidade e para o povo. O nível da disputa é paupérrimo e alguns candidatos chegam a afrontar a paciência do telespectador. Aguardo há dias uma oportunidade para dizer ao Alexandre Brito: a sua cara de choro está enojando o eleitor! Será que não tem um filho de Deus que diga a esse homem que apelo dramático exacerbado é uma atitude démodé em corrida eleitoral?
O Davi Erse tem boas intenções, mas a cara de menino não impõe respeito e o discurso é fraco. Desde quando se garante governabilidade puramente com idealismo e desprezo a grandes grupos econômicos? Na dúvida entre demagogia e ingenuidade, culpe a assessoria. A gente fica em casa ouvindo esse tipo de baboseira e conclui que realmente a maioria dos políticos subestima a capacidade de compreensão do povo.
Casara é um candidato que simpatizo e respeito, mas sua melhor aparição foi num programa dançando forró com a vice. Não tem firmeza no falar com o povo, no propor ações possíveis, no contrapor idéias e ainda puxa para si debate próprio de outras instâncias de governo como a segurança pública.
Dr. Mauro, de quem já fui âncora no programa eleitoral em 2000, merece também minha consideração, mas sempre digo quando o encontro que o lugar dele é no parlamento. Apresenta-se cansado e sem ânimo. Lembra um boi puxando uma pesada carroça. Fora isso, competir novamente com Roberto e dessa vez em condições indiscutivelmente piores é masoquismo puro.
O professor Adilsom Siqueira, com quem já tomei uns goles discutindo Revolução Francesa, Marx e poesia, me surpreendeu. Esperava mais. Esperava vê-lo em sua breve e insignificante aparição na tv, pelo menos, falando sem titubear já que possui a dialética de um Douto.
Agora, o Garçom merece um provérbio popular: "Existem várias maneiras de ser chato, mas o chato escolhe sempre a pior". A imagem dele é ruim, o modo de falar pior ainda e o contexto apelativo das reportagens que produz em seu programa é condenável. Dia desses pôs uma moradora chamando um adversário de FDP. Havia um som inibindo o palavrão, mas clara era a pronúncia e a intenção de se fazer entender. Um desrespeito com o concorrente e com o telespectador. Na tentativa tresloucada de enfrentar o óbvio – as boas ações do governo do candidato à reeleição – as denúncias que Garçom levanta mais parecem boatos.
Certa vez ao entrevistar Reinaldo Polito, um especialista na técnica de falar, perguntei como alguém deve ser portar para prender a atenção do seu ouvinte. "É pela fisionomia que as pessoas normalmente se traem. Podem até interpretar muito bem um personagem, mas em algum momento serão traídas pela fisionomia". Garçom reproduz bem tal assertiva quando força aquela cara de bom samaritano. A expressividade e a coerência, duas características de análise da fisionomia, devem estar em sincronia. Juntas, imprimem respaldo e legitimidade à comunicação do semblante.
Alexandre Brito e Garçom simbolizam o desequilíbrio a que se referiu Reinaldo Polito e por isso devem comer poeira no primeiro turno.
Roberto poderia estar melhor no vídeo se não tivesse que se enquadrar a um script desnecessário, ultrapassado e que pouco tem a ver com a sua personalidade. Fora isso, o formato do programa é cópia da eleição passada e o slogan é o mesmo da reeleição do Lula. As poucas vezes em que ele fala espontaneamente no programa o salvam no horário eleitoral gratuito.
Não é mau agouro, juro! É apenas a vontade de ver o pano de fundo da campanha do Roberto. Seria bom mostrar que além das parcerias firmadas com o Governo Federal e com a iniciativa privada, Roberto contou com o apoio de técnicos que chamo de "verdadeiros tratores". Gente competente como Miriam, Israel, Benedita, Epifânia, Mário Sérgio, Júlio e Fernanda, deveriam ser mostrados como os mais fortes tentáculos dessa administração. A estrela deveria brilhar para todos e para todas.
Não vejo a hora de acabar essa campanha modorrenta na televisão e todos os dias repito: ainda bem que o governo vai bem e há um candidato com propostas reais para acompanhar a evolução de Porto Velho. Não peço desculpa aos demais porque não abro mão do meu direito de espernear.
Fonte: (*) Luciana Oliveira é jornalista portovelhense.
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