Sábado, 1 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Artigo: Dia da proteção das florestas



Será que lembramos de nossas florestas no dia de sua proteção??? Costumeiramente os órgãos ligados a área ambiental desenvolvem programações em datas pontuais tentando com isso levar mensagens de cunho educativo que leve a uma conscientização ecológica. Na realidade o que se observa em nosso país hoje é uma grande discussão que tem como mote a proteção das florestas. Vem sendo discutido nos quatro cantos do Brasil a reforma do Código Florestal que foi sancionado no ano de 1965 substituindo o código anterior de 1934. Temos no embate o setor produtivo e os ambientalistas. Mas discussão a parte vamos entender um pouco como se comportava e como se comporta a legislação florestal no tocante as áreas que demandam especial proteção. 

O Código Florestal de 1934 instituiu importantes mecanismos em uma época que a legislação de proteção do meio ambiente praticamente inexistia e não possuía nenhuma eficácia. A forma como foi ordenada, demonstra a qualquer estudioso da área a sua magnífica estrutura, sendo desconhecida da grande maioria que ela deu origem a todo o ordenamento de proteção de flora existente em nosso país. Passou a considerar as florestas como bem de interesse comum de todos habitantes. Nessa oportunidade, já estava esboçado o “Interesse Difuso”, tão consagrado hoje na legislação ambiental moderna, privilegiando o interesse público. 

O Código Florestal de 1965 substituiu o de 1934 e manteve alguns importantes itens estabelecidos naquela legislação, porém criou novas situações e aperfeiçoou a redação, modernizando-a. Grande direcionamento ainda foi mantido no sentido de estabelecer mecanismos e regramento de exploração, porém os instrumentos de preservação foram aperfeiçoados. A melhor evolução dessa legislação foi a criação das chamadas vegetações de “preservação permanente”, que tiveram sua origem nas chamadas florestas protetoras, do código de 1934. Hoje esse é um dos pontos mais questionados. Quando se criou a Lei o objetivo principal e sine qua non foi e é o de preservar, além da vegetação em si, os ecossistemas associados, que passaram a ter proteção especial, pela própria condição geográfica. Quando gestada a legislação se procurou salvaguardar processos erosivos, de alterações de corpos d’água por assoreamento, bem como os terrenos com elevação, tendo em vista que nessas situações o dano ambiental sempre é muito relevante, e sua recuperação, quando possível, extremamente complexa e cara. 

Nesse dia de proteção das florestas precisamos buscar conhecer como funciona esse complexo sistema onde envolve vegetais, animais e outros seres biótico e abióticos, de tal sorte que quando instados possamos nos posicionar não pela bandeira de um ou outro interesse, mas sim pelo interesse da incondicional defesa da vida, pois preservar o ambiente é defender a vida. 

Por Josenildo Jacinto do Nascimento, especialista em proteção ambiental e direito ambiental.

Gente de OpiniãoSábado, 1 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

O paradoxo do Governo Lula:  fragmentação da Amazônia em nome do ambientalismo criminoso

O paradoxo do Governo Lula: fragmentação da Amazônia em nome do ambientalismo criminoso

Parece que o Governo Lula engatou o dedo no gatilho de uma metralhadora e tem disparado centenas de balas contra o próprio pé. Ferido, não anda, fal

Quebrada a Barreira do Cartel dos Partidos do Arco do Poder na Alemanha

Quebrada a Barreira do Cartel dos Partidos do Arco do Poder na Alemanha

Na Alemanha, os partidos tradicionais vêm mantendo uma "barreira de fogo" contra a AfD (extrema direita, com 20% de apoio, defensora de uma política m

Trump e a Transformação Política no Ocidente

Trump e a Transformação Política no Ocidente

Imperialismo Cognitivo da UE versus Imperialismo Económico-militar dos EUA Estará Trump a tentar resgatar o espírito da Europa enquanto a própria Eu

A velha fábrica de corrupção voltou a operar

A velha fábrica de corrupção voltou a operar

Há vários anos desativada, a velha fábrica de corrupção voltou a operar em Rondônia. Especializada na preparação de licitações e contratos fraudulen

Gente de Opinião Sábado, 1 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)