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Artigo: SAGA DOS PARAOLÍMPICOS


 
Faustino Vicente *

Entre as  várias manifestações que recebemos pelo nosso texto – Olimpíadas,o maior espetáculo da terra – destacamos a da mãe de um jovem deficiente físico. “Ele é quase um artista e também pratica esportes. Meu interesse é numa divulgação maior das Paraolímpiadas”, afirma ela. A primeira edição das Paraolímpiadas,  ocorreu em Roma (1960) e desses jogos participaram somente atletas com deficiência física. O neurologista e neurocirurgião alemão,Ludwig Guttmann, é considerado o Pai dos Jogos Paraolimpicos.

Embora com menor interesse comercial, esses jogos ganham em espírito olímpico, essência dessa singular competição esportiva,cujo berço encontra-se na antiga Grécia. Além da elevada performance técnica dos atletas paraolímpicos, eles revelam ao mundo exemplares lições de vida, que  nos levam a uma profunda reflexão sobre como enfrentar desafios, e superar limites, no nosso dia-a-dia.

Os Jogos Paraolímpicos de Pequim2008 (entre 6 e 17 de setembro) representam uma  oportunidade a mais para ampliarmos o nosso horizonte sobre  “os paraolímpicos da vida”, ou seja,  pessoas vitimas da preconceituosa sociedade em que vivemos. Basta uma pessoa estar fora dos padrões convencionais para sofrer as cruéis conseqüências dessa, mundialmente conhecida, chaga social. Segundo o gênio Albert Eisntein (1879-1956) – “é mais fácil desintegrar  um átomo do que um  preconceito”.

A cor da pele, a etnia, a opção sexual,  nível de escolaridade, faixa etária avançada, desemprego prolongado, estética fora dos padrões convencionais, residentes em área elevada violência,baixa renda e limitação física, ou mental, são alguns dos alvos preferidos pela discriminação e pelo preconceito. Falta de consciência sobre o respeito às diferenças. Precisamos estar atentos para não perdermos a nossa capacidade de nos indignar (e agir) diante das injustiças sociais.Como dizia Martin Luther King (1929-1968) –“o que me assusta não é grito dos maus,mas sim, o silêncio dos bons”. 

Os pais que possuem um filho, ou uma filha, com alguma necessidade especial, e é cuidado apenas por eles, enfrentam uma série enorme de dificuldades. Os que possuem recursos financeiros elevados, que são a minoria, têm a situação minimizada pela contratação de profissionais especializados da área de saúde, para ajudar nas tarefas do cotidiano. Quando além da limitação física a pessoa acumula uma deficiência mental a situação dos pais torna-se critica, e é quando a figura da mãe, mais uma vez, se agiganta. A população espera que os candidatos, à Prefeitura e à Câmara Municipal, divulguem os projetos que objetivam melhorar a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais.

A situação torna-se dramática para as famílias que possuem filhos nessas condições e vivem na miséria que, segundo o pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869-1948) “é a maior das violências”. Na realidade, a Medalha de Ouro que os atletas paraolimpicos buscarão no “Ninho dos Passáros, pode ser representada por oportunidades (iguais) para que possam revelar e desenvolver todo o seu potencial. Esta é a motivação maior para a conquista  da tão sonhada cidadania – direito universal, natural e inalienável, de todo ser humano.

Fator positivo encontra-se no Terceiro Setor - movimento de responsabilidade social - que, através de organizações não governamentais, vêm prestando relevantes serviços para a evolução profissional e social, de pessoas com necessidades especiais. A ação de voluntários é referência bíblica (Mateus 22, 36-39). “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor,teu Deus,de todo teu coração,de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.Este é o primeiro e  grande mandamento. O segundo,semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

* Faustino Vicente  - Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos – faustino.vicente@uol.com.br – tel.(11) 4586.7426 – Jundiaí (Terra da Uva) – São Paulo - Brasil

 

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