Sábado, 19 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Artigo: TROTE ASSASSINO


As humilhações e violência em trotes sempre ocorreram nas proximidades e dentro dos “campus” das universidades, sem exceção. Sempre variavam, mas eram grosseiras e ocorriam debaixo dos narizes dos reitores, que nada faziam para impedi-los. Foi preciso morrer um jovem tímido e retraído para que os diretores da USP tomassem uma providência, seguidos pelos colegas de outras instituições.

Lamentável, mas é preciso dizer que muitos pais de adolescentes prestes a ingressar numa Universidade sentiram-se aliviados dos riscos que os seus filhos correriam, caso não tivesse ocorrido a morte de Edison Tsung Chi Hsueh.

Não se trata de vício adstrito aos trotes. A sociedade toda cultua todas as sandices praticadas pelos jovens da classe média. Exemplos não faltam. São rachas, agressão e desrespeito a policiais, fuga e atropelamentos, como fez o filho do ministro; condolências com os assassinos do índio e outras condutas. Como esses imbecis andam bem vestidos e em bons carros, a maioria hipócrita tem sempre um sorriso amarelo para as suas gracinhas assassinas.

As mesmas camadas sociais que aceitam com naturalidade assassinatos cometidos por jovens da classe média para cima, reprovam e abominam os mesmos atos se praticados por jovens maltrapilhos. Para quem tem formação baseada em valores éticos e caráter todo assassino é somente assassino. Por diversão, a vida de alguém deveria ser punida com a prisão perpétua, para não aguçar os defensores da pena de morte.

Pior do que o assassinato foi o comportamento da direção e dos colegas veteranos da Universidade de São Paulo. O governador deveria ter pedido desculpas à família por ter um reitor que o representa tão condescendente; uma direção irresponsável, pois ao invés de tomar as medidas legais imediatamente, ficaram protelando, com justificativas hipócritas e descabidas.

Apontar alternativas depois da morte do jovem não seria interessante. Talvez mais importante seria alertar para outras situações similares que ocorrem e são aceitos com naturalidade pela sociedade, por todos os segmentos, pela a imprensa. Exemplificaria o raciocínio com o dinheiro que o Brasil vai entregar à Ford para instalar a fábrica na Bahia quando talvez empregasse mais pessoas se fosse destinado para transposição das águas do rio São Francisco. Ninguém questiona, nenhum organismo de comunicação faz a comparação de qual seria mais benéfico; aceita-se, tão-somente!

É preciso que quem presenciou o assassinato do jovem denuncie à polícia; nem se discute o risco, as ameaças e outros argumentos banais. Foi selvageria, uma idiotice, arrogância, prepotência de uma besta humana que permitiu fazer isso. Arrependimento não é atenuante nem excludente de criminalidade como a maioria quer fazer entender. Basta ver a cara desses canalhas quando estão dando os seus trotes selvagens para perceber as suas fisionomias sarcásticas!

Caso optem pelo silêncio, um (ou alguns) criminoso ficará impune. Para a sociedade resta a punição futura. Ao adentrar num consultório de um ex-veterano de medicina da USP de 1999, todo cidadão tem que ter em mente que poderá estar diante de um assassino.  O resultado já é previsto.

Os dirigentes da USP deveriam ter sido expulsos imediatamente; tiveram uma atuação comprometedora. Foram negligentes antes, e coniventes depois do assassinato!

Este artigo foi escrito logo após o crime. Não tinha sequer as imagens de um facínora, assassino confesso, em deboche escrachado a sua vítima. Devia já ter indícios de antemão que poderia comemorar seu feito. O Superior Tribunal de Justiça acabou por atestar a sua conduta. Este jovem promissor foi mais um dos milhares de assassinados sem assassinos. E ainda o Tribunal Superior Eleitoral afirma que o voto é tão bom quanto o Brasil. Por isso, o destino de todos deveria ser a lata de lixo; não reciclável.  A sociedade tem que buscar informações plenas sobre decisões polêmicas como esta.

              
Fonte: Pedro Cardoso da Costa

Gente de OpiniãoSábado, 19 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Guedes deixa PSDB após perder espaço

Guedes deixa PSDB após perder espaço

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Rondônia perdeu uma de suas principais lideranças políticas. Após décadas empunhando a bandeira

O Papel Fundamental do Egrégio Tribunal de Contas da União, na Moralização dos Conselhos de Fiscalização Profissional, inclusive a OAB

O Papel Fundamental do Egrégio Tribunal de Contas da União, na Moralização dos Conselhos de Fiscalização Profissional, inclusive a OAB

Criado em de novembro de 1890, através do Decreto 966-A, por iniciativa do então ministro da Fazenda Rui Barbosa, o Egrégio Tribunal de Contas da Un

Parabéns aos voluntários!

Parabéns aos voluntários!

Existe uma atividade humana, entre outras, que muito admiro e respeito. Trata-se do trabalho voluntário. Não importa a área de atuação. Pode ser na

Fale bem de Rondônia, mano!

Fale bem de Rondônia, mano!

Como não falar bem de um paraíso como esse? Rondônia é talvez o único Estado do Brasil com o maior índice de desenvolvimento e de progresso desde se

Gente de Opinião Sábado, 19 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)