Domingo, 10 de setembro de 2006 - 19h12
As humilhações e violência em trotes sempre ocorreram nas proximidades e dentro dos campus das universidades, sem exceção. Sempre variavam, mas eram grosseiras e ocorriam debaixo dos narizes dos reitores, que nada faziam para impedi-los. Foi preciso morrer um jovem tímido e retraído para que os diretores da USP tomassem uma providência, seguidos pelos colegas de outras instituições.
Lamentável, mas é preciso dizer que muitos pais de adolescentes prestes a ingressar numa Universidade sentiram-se aliviados dos riscos que os seus filhos correriam, caso não tivesse ocorrido a morte de Edison Tsung Chi Hsueh.
Não se trata de vício adstrito aos trotes. A sociedade toda cultua todas as sandices praticadas pelos jovens da classe média. Exemplos não faltam. São rachas, agressão e desrespeito a policiais, fuga e atropelamentos, como fez o filho do ministro; condolências com os assassinos do índio e outras condutas. Como esses imbecis andam bem vestidos e em bons carros, a maioria hipócrita tem sempre um sorriso amarelo para as suas gracinhas assassinas.
As mesmas camadas sociais que aceitam com naturalidade assassinatos cometidos por jovens da classe média para cima, reprovam e abominam os mesmos atos se praticados por jovens maltrapilhos. Para quem tem formação baseada em valores éticos e caráter todo assassino é somente assassino. Por diversão, a vida de alguém deveria ser punida com a prisão perpétua, para não aguçar os defensores da pena de morte.
Pior do que o assassinato foi o comportamento da direção e dos colegas veteranos da Universidade de São Paulo. O governador deveria ter pedido desculpas à família por ter um reitor que o representa tão condescendente; uma direção irresponsável, pois ao invés de tomar as medidas legais imediatamente, ficaram protelando, com justificativas hipócritas e descabidas.
Apontar alternativas depois da morte do jovem não seria interessante. Talvez mais importante seria alertar para outras situações similares que ocorrem e são aceitos com naturalidade pela sociedade, por todos os segmentos, pela a imprensa. Exemplificaria o raciocínio com o dinheiro que o Brasil vai entregar à Ford para instalar a fábrica na Bahia quando talvez empregasse mais pessoas se fosse destinado para transposição das águas do rio São Francisco. Ninguém questiona, nenhum organismo de comunicação faz a comparação de qual seria mais benéfico; aceita-se, tão-somente!
É preciso que quem presenciou o assassinato do jovem denuncie à polícia; nem se discute o risco, as ameaças e outros argumentos banais. Foi selvageria, uma idiotice, arrogância, prepotência de uma besta humana que permitiu fazer isso. Arrependimento não é atenuante nem excludente de criminalidade como a maioria quer fazer entender. Basta ver a cara desses canalhas quando estão dando os seus trotes selvagens para perceber as suas fisionomias sarcásticas!
Caso optem pelo silêncio, um (ou alguns) criminoso ficará impune. Para a sociedade resta a punição futura. Ao adentrar num consultório de um ex-veterano de medicina da USP de 1999, todo cidadão tem que ter em mente que poderá estar diante de um assassino. O resultado já é previsto.
Os dirigentes da USP deveriam ter sido expulsos imediatamente; tiveram uma atuação comprometedora. Foram negligentes antes, e coniventes depois do assassinato!
Este artigo foi escrito logo após o crime. Não tinha sequer as imagens de um facínora, assassino confesso, em deboche escrachado a sua vítima. Devia já ter indícios de antemão que poderia comemorar seu feito. O Superior Tribunal de Justiça acabou por atestar a sua conduta. Este jovem promissor foi mais um dos milhares de assassinados sem assassinos. E ainda o Tribunal Superior Eleitoral afirma que o voto é tão bom quanto o Brasil. Por isso, o destino de todos deveria ser a lata de lixo; não reciclável. A sociedade tem que buscar informações plenas sobre decisões polêmicas como esta.
Fonte: Pedro Cardoso da Costa
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