Terça-feira, 28 de julho de 2009 - 08h18
Há um reconhecimento generalizado de que a educação brasileira é um caos. Trata-se de um fato, que dispensa maiores comentários. Só não vê quem não quer. Seria necessário instituir uma pauta prolongada sobre a educação, com o envolvimento de toda a sociedade.
As revistas semanais deveriam criar uma seção sobre a educação formal. Fosse um ou vários especialistas escrevendo; fosse matéria pautada pelos editores. Além de uma seção fixa, a revista Veja, a Istoé, a Época, a Carta Capital poderiam tornar a educação matéria de capa. Recentemente a veja divulgou suas mil capas e delas, apenas uma trazia a matéria com destaque. Caberia ao leitor cobrar uma contribuição mais clara dessas revistas. O mesmo valeria para jornais, rádios e televisões.
Os governos deveriam ser cobrados pela sociedade e, formalmente, pelo Ministério Público sobre a devida aplicação do que as normas legais impõem, especialmente a Constituição federal. No Nordeste, as prefeituras gastam milhões de reais com bandas de forró no São João, mas nenhuma se preocupa em construir uma biblioteca nos vilarejos, os chamados povoados.
As grandes empresas, os condomínios, clubes, sindicatos, igrejas, deveriam construir bibliotecas com a participação dos envolvidos. Cursos auxiliares poderiam ser ministrados por voluntários aos alunos com dificuldade, para acabar de vez com a reprovação pelo aprendizado e não pela aprovação automática. Além dessas medidas, as empresas, todas deveriam auxiliar com mensagens em suas embalagens sobre a educação formal. O custo seria mínimo se uma padaria escrevesse: se comprar aqui, você nunca comerá um pão, vais comer ao menos dois pães. Bem destacado. Todos deveriam ter mais cuidado com as faixas, cartazes e avisos. São exemplos, de uma vastidão de erros simples, ofertas de suco de melância, doces de côco, cocô, e até côcô.
E as escolas deveriam exigir mais leitura de livros não didáticos, com análise para verificar se os alunos entenderam o contexto do tema e o significado das palavras menos comuns. Também a prática constante de redação. Seria fantástico se uma cidade colocasse um luminoso onde passasse mensagens sobre a forma correta de falar ou pronunciar algumas palavras; se o Faustão falasse com algum profissional nos seus programas; se as telemensagens trouxessem algum recado assim, enquanto se aguarda o atendimento em algum órgão talvez desse mais resultado prático do que a decoração de um assunto inteiro de uma prova.
Faz-se necessário uma pauta duradoura para a educação, com a busca de envolver o maior número possível de pessoas, até que falemos melhor de forma natural. É preciso que as universidades públicas tornem acessíveis todos os seus cursos na internet a qualquer interessado para estudo à distância, com as cautelas de controle de qualidade. À escola caberia o ensino mais complexo. Apenas tenho uma preocupação constante, mas não sou, nem de perto, autoridade na matéria. Individualmente, basta você não deixar passar um erro em branco. Não aceite suco de melância. Exija qualidade.
Fonte: Pedro Cardoso da Costa
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