Quarta-feira, 6 de março de 2024 - 15h34
A intuição pode ser,
por vezes, confundida com o que algumas pessoas costumam chamar de “sexto
sentido”, porém a intuição é muito mais profunda e palpável. Esta percepção
feminina tem muito mais a ver com sensibilidade, fruto de uma sabedoria herdada
de nossas mães e avós. É uma capacidade de discernir diferente em
situações decisivas ou críticas.
Mesmo que alguns
homens possam ter certa sensibilidade, somos diferentes. Homens e mulheres são
por essência diferentes, possuem talentos e experiências próprias. Por isso, a
intuição é uma característica bem mais comum à mulher.
E como, então, a
mulher pode contribuir com a sociedade a partir da sua percepção mais aguçada e
sensível? Te convido a refletirmos um pouco acerca disso.
Sabe aquele
sentimento que surge do nada e incomoda frente a um perigo ainda não iminente,
sem sabermos explicar sua origem? É a intuição. Isto é, a capacidade de dizer o
que é, por vezes, inexplicável. Aquela opinião solicitada por seu esposo ou
namorado frente a algo que ele está inseguro de decidir, fazer. Aquela visão
esclarecedora que ele espera de você, esta é a intuição. Nessas e em tantas
outras situações, a intuição pode ser colocada a serviço próprio e também do
outro.
Obviamente que nós,
mulheres, não podemos usar deste artifício para nos considerarmos “donas da
verdade”. Se o meu e o seu coração não estiverem intimamente ligados ao Senhor
e ao discernimento no Espírito Santo, sairão de nossas bocas apenas palavras
soltas, palavras vãs, das quais o mundo está cheio!
Recordo sempre de uma
cena em que meu esposo diz que foi decisiva para ele me pedir em namoro.
Éramos amigos e frequentávamos o ambiente universitário por algumas horas.
Certo dia, ele disse que, ao atravessar o portão de entrada da faculdade, me
viu parada no pátio, contemplando e tentando tirar uma foto do lindo pôr do sol
que estava por detrás de uma árvore. Naquele momento ele disse a si mesmo que
queria se casar comigo, pois enquanto ele (homem) só via mais um dia comum, eu
(mulher) via uma cena incrível da natureza a nos presentear em mais um dia de
vida. Ele sabia que precisava, na vida dele, de alguém que visse as coisas com
outros olhos.
Para mim, minha
atitude no pátio era algo natural, mas para ele fez toda a diferença. E saber
disso, que trago outro olhar e sensibilidade para a vida do outro, não é algo
trivial. Por isso, não devemos nos acostumar com o que sentimos, com nossas
atitudes que consideramos apenas pessoal. Devemos transformar nosso dom e
sensibilidade em dedicação, em serviço ao outro.
Usemos dos dons que
Deus nos deu para sermos melhores e fazermos o mundo se encantar com a beleza
que passa despercebida na correria do dia a dia. Que Deus abençoe seus dons,
sua intuição! Com carinho, Camila Carvalho Duarte.
*Camila
Carvalho Duarte é colaboradora da Fundação
João Paulo II e atua como educadora no PROGEN (Projeto Geração Nova) e no CAC
(Centro de Atendimento Comunitário), duas Unidades pertencentes à Rede de
Desenvolvimento Social Canção Nova. Instagram: @camilacarvalhoduarte
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