Sexta-feira, 18 de março de 2022 - 16h26
Por mais que a vida possa ter
muitas janelas haverá sempre uma, em algum momento da existência, com um vazio
de vistas.
No meu caso, quando isso ocorre, eu preencho o espaço, eu
provoco vistas pelo exercício das artes literárias, mas também não me esquivo
do efeito motivador de outros artistas, imbuídos das funções pragmática, naturalista e
formalista da arte como um todo.
Às
vezes uma pintura, um filme, uma música, um desenho, enfim qualquer
manifestação artística me induz a trilhar a arte literária, é como se fôssemos
coautores na busca pelo contraveneno neutralizador do efeito danoso do vazio na
alma humana – esta é a função do artista na sociedade!
As
vistas advindas da janela humana, pelo viés das artes, além de promover uma
alfabetização estética, ensina o ser humano a equilibrar os prós e contras da
existência, a harmonizar a sua vida pela organização de formas, sons, luzes,
cores, imagens, enfim a arte apara as arestas do dia a dia, tanto em quem a faz
quanto em quem a absorva.
No
caso da literatura, a seleção e uso das palavras encantadas passa pelo processo
de feitura e leitura, que é uma releitura, cumprindo o ritual escritor/leitor,
vistas fundamentais que a literatura nos permite compartilhar, num mundo
criativo, onde as regras podem ser quebradas, libertando o autor/leitor do
cárcere do tempo e do espaço, enquanto viajam pelos excessos imaginados, sem
castigo, ao tempo em que desfrutam de uma soberania sem limites, sobrepujando
qualquer vazio existencial possível.
Fazer
e ler poemas, romances, crônicas é de suma importância a quem quer viver a
plenitude da existência, nada como preencher os vazios depressivos com a
leitura ou a feitura de um bom texto, uma boa história.
Ave palavra! E o verbo se fez literatura,
bendita sois entre as matérias primas das artes!
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