Terça-feira, 13 de dezembro de 2022 - 08h54
Aconselha
o nosso D. Francisco Manuel de Melo, que no casamento deve haver: igualdade de
sangue, idade e fazenda. Adverte, todavia, que não é necessária equidade
perfeita; mas se houver vantagem, deve ser do homem.
Acrescentaria
ao sensato conselho, que também deve existir igualdade de salário.
Se
a mulher aufere maior remuneração ou tem grau académico superior, a harmonia do
lar pode perigar, se não houver um grande amor e compreensão. Raramente o homem
aceita a superioridade da esposa.
Como
se sabe, o amor começa, em regra, pela atração física, seguido da paixão, que
chega, por vezes a toldar a mente, e desejo de possuir o ente querido.
De
inicio a paixão é bastante, e consegue alimentar a concórdia no lar; mas o
convívio quotidiano cria atritos, e para os esbater é preciso outros
predicados.
São
os pequenos nadas, que adoçam a relação do casal, reanimando o amor adormecido.
Equivocam-se
os que julgam que sexo é suficiente, para manter o casamento. Pode ser,
enquanto dura a lua-de-mel, mas com o correr dos anos, requer outros pequenas
atitudes de afeto.
Flores,
jantares e segundas luas-de-mel, recomendados para reconciliar casais
desavindos, podem ajudar, mas pouco significam, se não forem acompanhadas, de
atitudes carinhosas, como: cuidar do carro dele ou dela, interesse sincero
pelos problemas e passatempos do conjugue e outros quejandos.
Entre
o casal não pode haver segredos graves. Devem ter diálogos abertos sobre todos
os temas, e aceitarem, boamente, opinião discordante e, principalmente, não
imporem a sua vontade, declarando., por exemplo, que possuem mais experiência.
Cuidado
com as palavras. Há expressões que nunca devem ser usadas. A palavra divorcio,
é uma delas.
Para
concluir, o último conselho, mas não menos importante: prenuncie amiudadamente
as palavras que oleiam as relações; como: " Obrigado";
"Desculpe";" Estás perdoado"; " Já esqueci tudo".
Se no tempo de namoro existiu respeito e não
houve mentiras, em norma, é bom começo para casamento feliz. Mas,
infortunadamente, o namoro muitas vezes é alicerçado em engodos, meias-verdades
e dissimulação do carácter, com o fim de agradar ou enganar.
De
preferência, os conjugues – já me ia esquecendo, – não é essencial, mas ajuda:
devem ter a mesma religião, a mesma ideologia política ou semelhante, e serem
crentes adultos.
Vem
a talhe de foice, o que aconteceu a amigo meu: Enamorou-se por menina de
ossatura meã, olhos espertos e de enorme agudeza e perspicácia. A moça tinha
namorado, mas não estava apaixonada. Tinha-lhe carinho, mas não amor.
Levada
pela afeição momentânea, inflamou o coração do mocinho, pouco experimentado
nessas andanças.
Era
tímido, o rapaz, e ainda que a mamasse, não soube dizer-lhe a palavra magica,
que todas as jovens querem ouvir.
Receando
perder o namorado, e não segura que a nova amizade, que nascia, se tornasse em
casamento, afastou-se, alegando que estava comprometida...
Agora,
casado e avô – segundo me confidenciou, – ainda recorda, com saudade da
"namoradinha" que não chegou a ser, apesar de ambos estarem certos que
eram almas gemias.
O
receio de ficarem para "titias" ou "titios", leva, quantas vezes,
a matrimónios irrefletidos, que acabam em arrependimentos tardios.
O
que disse não são novidades, mas são, certamente, achegas preciosas para
casados e solteiros.
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