Quinta-feira, 7 de outubro de 2021 - 14h58
Uma pesquisa recente publicada
pela Digital Turbine mostra que 20% dos brasileiros não ficam mais de 30
minutos longe do celular. Esses dados servem como um sinal de alerta para o
vício em aparelhos eletrônicos. Nesse contexto, vale citar também que pode
virar um caso de nomofobia, uma fobia que tem crescido em todo mundo.
A nomofobia é uma palavra constituída pela abreviação da palavra
‘no mobile’, que significa sem celular, e fobia que é um medo irracional,
exagerado. Logo, a nomofobia é o medo exagerado de ficar sem o celular ou
aparelho eletrônico.
O nomofóbico desenvolve ansiedade quando percebe que está sem o
aparelho nas mãos e isto pode evoluir para uma ansiedade generalizada. Em uma
forma mais aguda, pode interferir no sono. Inclusive, há pessoas que acordam no
meio da noite para verificar o aparelho, a ponto de desenvolver a “chamada
fantasma”, ou seja, mesmo quando o aparelho não está fazendo nenhum som ou
vibrando, o indivíduo tem essa percepção por conta da ansiedade e expectativa
do aparelho sinalizar uma notificação.
O ideal para evitar que essa necessidade de estar mexendo no
celular não vire um hábito é que se tenha um controle de acessos. Excluindo
casos em que o trabalho com o celular se faz necessário, crie horários e normas
para verificar o aparelho. Em casos de urgência, é voltar ao velho hábito da
ligação. A mensagem entrou tanto no nosso dia a dia que as pessoas não querem
mais falar ao telefone, somente mandam mensagens. Com isso, cria-se na pessoa a
constante expectativa de receber uma mensagem, o que gera essa compulsão de todo
o tempo verificar se recebeu algo.
Geralmente, os jovens são os mais atingidos, porque já nasceram em
meio a essa tecnologia, então para eles é algo natural. Uma forma de prevenir
seria evitar usar o aparelho no tempo ocioso. Ao perceber, busque fazer algo em
que possa produzir, por exemplo, faça um curso, use esse tempo para estudar,
ler, ou até mesmo fazer atividade física.
É importante estar atento para quando essa vontade vira um hábito
e quando estar longe do celular atrapalha suas atividades cotidianas. É
necessário também perceber se o aparelho está atrapalhando atividades como
trabalho e estudos. Caso a resposta seja sim, é o sinal de alerta para buscar
um profissional da área de saúde mental.
É importante fazer o nomofóbico perceber que ele precisa buscar
ajuda para a dependência. Há vários sinais. Por exemplo, a pessoa não tem
conversas olhando nos olhos com outros, está o tempo todo se afastando e cada
vez mais vivendo entorno do celular. A nomofobia tem cura e podemos aprender a
lidar com ela, fazendo uma reprogramação nesses hábitos colocando marcos e
metas a serem atingidos.
Entender que está dependente do aparelho é fundamental para que o tratamento seja satisfatório. O mais indicado é fazer sessões de psicoterapia com um psicólogo ou terapeuta. Assim a pessoa vai entender seus sentimentos e a forma de se comportar diante da possibilidade de ficar sem o aparelho. Em casos mais extremos e que existe necessidade de medicação, busque um psiquiatra. Cuide-se: Nomofobia tem cura e é possível voltar a ter qualidade de vida e vida social após ela.
*Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante,
Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva
Comportamental e em Neuropsicopedagogia e voluntária no Projeto Justiceiras. É
a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É
possível sonhar. O Câncer não é maior que você.
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