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Nutrição para crianças neurodivergentes tenta vencer obstáculos alimentares

Pequenos podem apresentar restrição, sensibilidade e intolerância a ingredientes, cores e texturas.


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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento das crianças em diversas áreas. Segundo o Ministério da Saúde, elas podem ter alterações na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e no comportamento. Também é comum apresentarem questões alimentares, como restrição, sensibilidade e intolerância a ingredientes, cores ou texturas.

Estudo feito pelo Departamento de Pediatria da Universidade de Medicina de Atlanta, nos Estados Unidos, concluiu que crianças neurodivergentes têm cinco vezes mais chances de apresentarem dificuldades alimentares, quando comparadas com crianças neurotípicas.

A rejeição pode acontecer por conta de cheiro, cor, textura, sabor ou outros aspectos dos alimentos. Segundo estudo publicado na Revista Saúde e Desenvolvimento, a falta de conhecimento dos familiares e a rotina exaustiva fazem com que muitas crianças neurodivergentes se alimentem de produtos industrializados, processados e ultraprocessados. Como resposta, elas tendem a apresentar sintomas gastrointestinais, constipação, alergia e vômito. 

A recomendação é que o tratamento de autismo esteja alinhado ao acompanhamento nutricional para garantir um crescimento saudável. De acordo com informações do Espaço Cel, a personalização da dieta, considerando as particularidades das pessoas neurodivergentes, contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ser importante para o progresso de intervenções terapêuticas. 

Ao receber o diagnóstico de alguma condição que afeta o neurodesenvolvimento de uma criança, os pais e responsáveis podem apresentar dúvidas. Inicialmente, alguns pesquisam na internet “sintomas do autismo”, “tdah o que é”, “dislexia tratamento”, entre outros termos. É possível encontrar conteúdos informativos, mas a orientação é que as dúvidas sejam levadas aos profissionais de saúde que acompanham a criança.

Estratégias ajudam a reduzir a resistência alimentar

A recusa alimentar pode fazer com que as crianças com autismo apresentem carências nutricionais, comprometendo o crescimento e o desenvolvimento. Para garantir a saúde e a qualidade de vida , o Espaço Cel informa ser essencial ter atenção aos sinais alimentares e o acompanhamento nutricional, adaptando estratégicas conforme necessário. 

Para driblar os obstáculos alimentares, os profissionais da área da nutrição adotam estratégias que tornam a alimentação mais lúdica e interessante. As técnicas devem ser incorporadas na rotina familiar para que a criança consiga superar a resistência alimentar.

O estudo publicado na Revista Saúde e Desenvolvimento informa que a terapia ocupacional, com abordagem de integração sensorial e musicoterapia, é capaz de obter resultados favoráveis na aceitação dos alimentos e na diminuição da seletividade alimentar. 

A pesquisa destaca que outra forma de ajudar no processo é proporcionar às crianças a participação em oficinas culinárias, garantindo um contato maior com o processo de alimentação e experiências diferenciadas com a comida. Esse tipo de estratégia desperta maior interesse pelos alimentos, diminuindo as chances de seletividade por conta da textura, do sabor e da cor. 

Outra técnica que pode ser adotada é a escalada do comer, que consiste em uma série de etapas que introduzem, aos poucos, novos alimentos na rotina de quem apresenta seletividade alimentar. Os passos da escalada são: tolerar, interagir, cheirar, tocar, provar e comer. O processo é gradativo, aumentando a aproximação e a aceitação da criança com alimentos que ela não costuma comer. 

Suplementação pode ser alternativa

Em casos de deficiência nutricional em que não é possível substituir alimentos, as crianças neurodivergentes também podem fazer uso de suplementação. Estudo publicado no Brazilian Journal of Health Review mostrou que os suplementos podem ajudar na ingestão dos nutrientes necessários para o funcionamento do organismo, auxiliando no desenvolvimento saudável da criança. 

A indicação sobre suplementação deve ser feita pelos profissionais da saúde que acompanham a criança, a partir da avaliação de exames que identifiquem os níveis de vitaminas, minerais e outros nutrientes.

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