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Tabagismo está relacionado a outros tipos de câncer, além do de pulmão

Bexiga, laringe, faringe, rins e outros órgãos podem ser acometidos pela doença em decorrência do hábito de fumar.


Tabagismo está relacionado a outros tipos de câncer, além do de pulmão - Gente de Opinião

O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina. Comumente associado ao câncer de pulmão, o consumo de tabaco está relacionado a 20% dos cânceres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

O cigarro possui inúmeras substâncias com potencial cancerígeno que, quando inaladas, chegam na corrente sanguínea e podem propiciar o desenvolvimento de tumores em vários órgãos. A sua ligação com o câncer de pulmão é a mais preocupante por corresponder a cerca de 90% das mortes pela doença, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para o triênio 2023-2025 são esperados 32 mil novos casos da enfermidade no país. 

O combate ao tabagismo é a melhor forma de prevenção do câncer de pulmão. Também diminui os riscos de câncer de bexiga. O Inca informa que o cigarro é um fator de risco para doença, sendo associado em até 70% dos casos. 

Como o sangue é filtrado pelos rins, os compostos químicos do cigarro presentes na circulação sanguínea vão para a urina. Até ser eliminado, o líquido fica parado na bexiga, e as paredes do órgão permanecem em contato com esses elementos por bastante tempo, o que favorece o surgimento da doença. 

Os cânceres de cabeça e pescoço, faringe e laringe também podem ter relação com o fumo, assim como o câncer de rim, de colo de útero e de fígado têm o risco aumentado pelo hábito.

Hábito de fumar pode aumentar os riscos do câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no país, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. O Inca estima que foram 71.730 novos casos só em 2023.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) analisaram os fatores de risco associados com o desenvolvimento da doença no Brasil. A pesquisa, publicada na revista Arch Health Invest, apontou que os fumantes diagnosticados com a doença podem ter o risco de mortalidade duplicado.

Assim como o tabagismo, fatores genéticos, histórico familiar e excesso de gordura corporal são fatores de risco e precisam de atenção. Quando diagnosticado precocemente, o tratamento para câncer de próstata apresenta maiores chances de cura.

Fumantes passivos também são prejudicados

Todos os anos, cerca de oito milhões de pessoas morrem devido ao tabagismo. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamam atenção para o fato de que, entre elas, 7 milhões são fumantes ativos e 1,3 milhões fumantes passivos.

Segundo o Inca, a fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido de carbono do que a fumaça que o fumante inala, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas. A exposição a ela pode acarretar reações alérgicas, infarto agudo do miocárdio e câncer de pulmão. 

Não há nível seguro de exposição ao tabagismo passivo. A única maneira de proteger adequadamente fumantes e não fumantes é eliminar o cigarro em ambientes fechados.

Efeitos do tabaco no sistema imunológico pode durar anos

Estudo realizado por cientistas do Instituto Pasteur, na França, revelou que o tabaco impacta o sistema de defesa do organismo a longo prazo, o deixando vulnerável ao desenvolvimento de infecções e doenças. Os resultados foram publicados na revista científica Nature.

Segundo o autor da pesquisa e chefe da Unidade de Imunologia Translacional do Instituto, Darragh Duffy, esta foi a primeira vez em que foi possível demonstrar a influência de longo prazo do tabagismo nas respostas imunológicas.

Uma comparação entre fumantes e ex-fumantes revelou que a resposta inflamatória retornou aos níveis normais rapidamente após a cessação do tabagismo, mas o impacto sobre a imunidade adaptativa persistiu por até 15 anos. 

Os médicos destacam que, para preservar a imunidade a longo prazo, o melhor é não começar a fumar. Mas para aqueles que já começaram, nunca é tarde para parar, pois sempre haverá diminuição de risco das várias complicações ligadas ao hábito. 

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