Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007 - 04h55
"a cidade se vestiu de alegria, pegou carona na folia e foi dançar com a Banda, essa teimosa, faceira e elegante senhora que, apesar dos insensíveis urbanos, exala e expressa o aroma do nosso real sentimento de conquista no campo da cultura popular."
Os poderes resolveram abrir os olhos e enxergar a Banda. Isso é ótimo! Mesmo assim, alguns analfabetos históricos/estéticos e desconhecedores de causa, os quais tipificamos como arautos de encomenda, pregoeiros do insucesso, maldizentes dos resultados e acontecimentos culturais, plantonistas aboletados em posições e cargos, erraram. De suas bocas saiam pregações proféticas que, levadas pelo ar, fizeram ecoar os informes de que, neste ano, a Banda levaria pouca gente às ruas, com base na redução do quantitativo de carros de som que atuou no bloco. É certo que este quesito tem de ser repensado. No entanto existe gente que prefere analisar as coisas segundo o seu nariz torcido. A Vai Quem Quer é uma autoridade movida a vontade. Prognósticos sobre ela, são por demais arriscados, ainda mais, quando emanam de fontes mal informadas. Saímos de casa às 13h em direção ao ponto de trabalho (na concentração da banda) e constatamos que o movimento nas ruas já era intenso, com pessoas vindo de todas as direções ao centro da cidade, para formar na grande ala carnavalesca (a Banda do Vai Quem Quer). Uns a pé, outros de carros, outros de motos, outros muitos de ônibus, enfim, todos rumando com a bússola de suas naus festivas apontando em direção ao ancoradouro da folia, na Av. Carlos Gomes. É bonito de se ver, a partir dos bairros, o grande êxodo de foliões. Um colorido vistoso toma conta das esquinas e calçadas num balé sem sincronismo, mas de concepção temática evidente: chegar ao desfile da Banda. Não se pode desprezar que o maior bloco carnavalesco da Amazônia, exerça outros fortes sentimentos e significados nas pessoas, extrapolando a simples condição de cordão festivo. Já dissemos, noutra ocasião, que o folião da Banda é nutrido com o nobre desejo de interagir com a cidade. Ocupar as ruas e calçadas do centro histórico, sob o mote da alegria é dizer pra cidade que ela é querida, amada e que ele, o munícipe, quer vivê-la, senti-la e alegrar-se em tê-la. Enquanto na concentração, organizávamos as coisas, antes de soltar a banda, subimos ao Trio Criativada. Lá de cima, olhávamos, ao longe, o imenso mar de pessoas no aguardo do toque inicial. As importantes medidas de segurança, acertadas pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Fundação Iaripuna, Semtran, Ciretran e Comissão de Eventos, em desobstruir o percurso e que contou com a colaboração valiosa dos empresários e moradores ali instalados, funcionou bem, exceto, pela atitude de alguns mal educados e insensíveis urbanos que pensam ser a cidade e os espaços, somente pra eles. Na Carlos Gomes, uma meia dúzia desses, amontoada numa possante caminhonete provida com um potente sistema de sonorização, disparou o tal som techno, que confundia o tema da ocasião, as marchinhas. Bastava, o indivíduo que passa o ano ouvindo esses pancadões, uma vezinha só, sintonizar a fm da banda e pronto! Egoísmo e falta de sensibilidade, misturados com irresponsabilidade, faltou também ao camarada que, colocou um caminhão como ponto de venda de cerveja lá na esquina da Joaquim Nabuco. Naquele local, dentro do cordão de isolamento, uns rapazes corpulentos brincavam ao redor de uma pequena alegoria. Quando a evolução do bloco ficou prejudicada pela presença do caminhão/bar, as pessoas se comprimiram e os robustos brincantes, usando de força hercúlea, protegiam o mimo deles, a alegoria em forma de cabeça de jacaré, empurrando as pessoas, causando um tumulto e até machucando alguns. Confessamos haver ficado nervosos e preocupados naquele instante, mas depois de uns cinco minutos de muito aperto, os seguranças conseguiram tirar o tal jacaré do percurso. Os robustos, graças a deus não os vimos mais. Já na 7 de setembro, a banda voltou a deslizar macio. Antes do final , já visualizando o desfecho do desfile, dobramos ä direita, subimos a ladeira da Gonçalves Dias. A passos lentos, contornamos a Catedral e, quando passávamos por detrás da Casa de Orações, felizes da vida pelo grandioso desfile, eis que desce de um carro, o amável Dom Moacir Grecchi, nosso Bispo. Demos boa noite, pelo que de pronto fomos, gentil e educadamente retribuídos. Avançamos uns poucos passos quando, atrás de nós, uma foliã que passou grande parte do desfile tomando água que passarinho não bebe e urubu detesta (segundo o Antonino Alves), demonstrando estar tipo assim chirrada, tascou também o seu cumprimento ao reverendo, com um sonoro Boa Noite "Doutor" Moacir! O simpático e Digno Servo de Deus correspondeu de forma amável o cumprimento da foliã trocadilha. Minutos depois, tomando um caldo regado a cerveja, na companhia da dita cuja, rimos bastante do episódio. O nosso riso tinha também, o sentimento de conforto pela missão cumprida, afinal, a nossa elegante dama, a nossa diva do material/imaterial cultural, a Banda do Vai Quem Quer, como de costume, nos tirou pra dançar.
Fonte: Altair Santos
(Tatá O autor é músico e Vice-Presidente da Fundação Iaripuna.
tata.anjos@bol.com.br
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