Segunda-feira, 6 de junho de 2022 - 11h15
O Brasil é um país de contrastes. E
coloca contrastes nisso. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) atestam que o Brasil cresceu 4,6% em 2021. Isso
no auge da pandemia da convid-19. Ao lado dessa revelação, consolida-se
informação igualmente auspiciosa de que as reservas internacionais registraram
números expressivos da ordem de trezentos e sessenta e dois bilhões de dólares.
Diante desse cenário, convém
perguntar, então, por que se ampliou o contingente dos famintos, cresceu o
número de famílias sem-teto e a violência alcançou patamares cujos índices
superaram os de muitas nações em estado de guerra? Com a palavra, os
especialistas, pois somente eles, com suas estranhas explicações, podem
desnudar fenômeno tão incrível quanto revelador das tremendas injustiças
sociais que se manifestam pelos quatro cantos do Brasil.
As autoridades econômicas, por sua
vez, logo sinalizam com a adoção de medidas que, longe de servirem à superação
dos problemas contra os quais a população se debate, tendem a aprofundar a
crise e multiplicar as vítimas de tal situação. Sai governo, entra governo, sai
ministro, entra ministro, enquanto a sociedade continua como espectadora
indefesa de experiências econômicas, como se Brasil fosse um imenso laboratório
de cobaias humanas, sujeito a práticas que a um só tempo parecem destinadas a
provar, entre outras coisas, a imaginável pobreza de criatividade que impede os
burocratas oficiais, muitos dos quais velhos conhecidos do mercado financeiro,
de adotarem mecanismos originais para combater nossos mais sentidos e
repetitivos males.
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