Quinta-feira, 21 de maio de 2009 - 20h33
Há primeira vista, poderá ser entendida até como antagônica a minha introdução, porém é com tristeza e com alegria que me dispus fazer este artigo abordando o tema racismo. O motivo da minha tristeza é ver que em pleno século XXI , a questão do relacionamento interpessoal dos brasileiros ainda é intrinsecamente encharcado de preconceitos étnicos e sociais em contraponto à propaganda de que não existe nada disto por aqui. A minha alegria é ver que cada vez mais o negro, o pardo,o miscigenado, enfim, a maioria do povo brasileiro, já tem a consciência de que é irrelevante, imoral e burra as atitudes e posições racistas, até porque a maioria de nos (mais ou menos 90 por cento) não somos puros etnicamente.
Pois bem senhoras e senhores, hoje podemos nos orgulhar do avanço tecnológico e cientifico, que graças a Deus, derrubou por terra crendices populares que através dos tempos, afirmavam a existência de várias raças humanas, inclusive que umas eram superiores a outras. Algumas religiões no afã de estarem no centro do poder secular, criarem doutrinas e domas embasadas em mitos, afirmando que certas etnias em detrimento às suas, eram desprovidas de espírito divino, sendo consideradas criaturas e não filhas do seu deus, reduzindo-as ao nível de animais irracionais, dando suporte legítimo e legal para a prática de toda espécie de barbárie humana. Como eu ia dizendo, com o advento é aprimoramento das ciências, foi possível dizer sem nenhuma margem de erro que a raça humana é única biologicamente, tendo em seu bojo mutações, ou como o naturalista britânico Charles Darwin preferia dizer, evoluções, adaptando cada grupo de homo sapiens ao seu habitat natural. Os arqueólogos já provaram que a nossa raça surgiu na África, se espalhando por todo globo terrestre. Não quero aqui, dar uma aula de historia ao amigo leitor, é que necessitamos ser didáticos e pacienciosos para com os ignorantes (etimologicamente: o que ignora). Continuando o nosso assunto, cada etnia permaneceu quase que inalterada durante milênios, porém a partir da idade média ocorreu um fenômeno interessante em algumas colonizações européias. O Brasil é um exemplo clássico da miscigenação deliberada entre etnias diferentes Tudo começou com os portugueses se relacionando com as brasileiras nativas, depois com as escravas africanas. Com a vinda dos imigrantes europeus e asiáticos fugidos da guerra e da fome em seus países de origem, o liquidificar de relacionamentos (íntimos), homogeneizou e formou uma nova etnia, não sendo ela negróide, caucásia, ameríndia, asiática atc., e sim, uma mistura de todas elas, em que a cor da pele, o tipo de cabelo, fisionomia facial e corporal não que dizer nada, pois temos brasileiros de cor negra e cabelos carapinhados, que possui mais sangue europeu que muitos de pele branca, olhos claros e cabelos lisos.
Enfim caros leitores, na minha humilde concepção a cultura preconceituosa arraigada no seio da maioria das famílias brasileiras, é um fator de imbecilidade, ignorância e atraso intelectual. Enquanto os europeus, norteamericamos e até asiáticos nos descriminam como um único povo cucaratcha, nos, um povo formados de vira-latas, ao invés de unirmos nossas formas para sairmos do subdesenvolvimento, brigamos entre nós como se fôssemos possuidores de pedigree.
Fonte: Máximo Nobre do Nascimento
Máximo Nobre do Nascimento é Sargento PM da Reserva Remunerada e Acadêmico de Direito na FARO.
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