Sexta-feira, 18 de outubro de 2019 - 12h42
Com o novo acordo do “Brexit” de Johnson, entre Londres e Bruxelas, é criado um bom precedente que possibilita uma participação comum do RU e da EU nos destinos da Irlanda. Se não for criado um estatuto próprio para a Irlanda do Norte continuará o problema por resolver da situação entre União Aduaneira e o Mercado Único. O compromisso de 600 páginas proposto mantém em aberto a esperança para a EU e para uma futura Irlanda mais independente.
Ficou claro que o Brexit não será adiado para lá do 31 de Outubro e foi acordada uma fase de transição até final de 2020. O reino Unido permanece no mercado único da UE e na união aduaneira europeia. Os 3 milhões de cidadãos da EU residentes no RU e um milhão de britânicos residentes na EU continuam, também depois de 2020, com os mesmos direitos que tinham até agora, no entender da imprensa alemã. O calcanhar de Aquiles ainda continua a ser a oposição e os Unionistas da Irlanda do Norte que rejeitam o acordo no parlamento.
No Reino Unido discute-se, nem sempre ao agrado de todos. De não esquecer, que apesar dos egoísmos nacionais próprios das grandes potências, o RU é um grande e velho país onde princípios de democracia começaram por se afirmar na Europa.
Não se pode comparar os interesses deste país com a maior parte dos interesses dos países da EU qua andam mais ou menos atrelados a ela.
Bruxelas também cometeu muitos erros não acautelando muitos interesses ligados ao conceito de Nação que, países grandes conscientes do seu poder e soberania não abdicam facilmente. Em jogo estavam interesses económicos e a defesa de interesses considerados inalienáveis para uma nação e uma demasiada submissão a interesses também eles legítimos de Bruxelas no mundo: isto foi um dos motivos do Brexit. Os interesses nem sempre são só de estómago, por vezes, passam também pela cabeça!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
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