Quarta-feira, 14 de setembro de 2011 - 19h02
Por: Altair Santos (Tatá)
Foi dada a largada! O rufar dos tambores, ao longe, nos confunde os ouvidos como se fosse os trovões setembrinos de então, pipocando pelo céu. Até outubro chegar e com ele o calor das disputas nas escolas, vai rolar muito ti-ti-ti pelos bastidores. Enquanto isso as agremiações da cidade já se movimentam para o lançamento dos seus sambas de enredo rumo ao carnaval 2012. A escola Asfaltão, após ter anunciado seu tema, Açaí – O Néctar dos Deuses da Floresta - da Amazônia para o Mundo, abriu a temporada de adrenalina em alta no meio dos muitos compositores da escola dos bairros Santa Bárbara, Nossa Senhora das Graças, Mato Grosso e região. A fofoca é geral. Da Bica ao Antonio Chulé, do Takanã ao Remanso do Tucunaré, o assunto é um só: o samba do Açaí! Em menos de uma semana todos lançaram mão da sinopse e saíram por aí estudando o tema, formando parcerias, escrevendo quadras e versos, solfejando melodias e, é claro, cutucando os adversários numa divertida e bem humorada guerra fria, que enriquece e qualifica o concurso. Aos sábados, bem cedo, notamos que uma das mesas do Bar do Calixto tem sido religiosamente ocupada por um dos possíveis concorrentes, o professor Mávilo Melo que, na roda de amigos, de vez em quando, bem ligeiro e discretamente pros outros não manjarem, saca do bolso um pedaço de papel e nele rabisca algo. Rapidamente, mantendo segredo aos curiosos, enfia o rascunho de volta no buraco do pano (o bolso), olha pros lados e solta um riso mudo, com ar de contentamento, que exprime o prazer de quem fechou mais uma frase, um verso, um arranjo ou coisa e tal... será? No último final de semana acompanhamos uma atividade cultural da agremiação lá na Tenda do Tigre e o que se viu foi um festival de emoções afloradas, nervos à flor da pele, suores frios, olhares de soslaio, cochichos ao pé do ouvido, tiradas e desafios que aquecem o jogo e animam a disputa. Na dita atividade, enquanto o samba comia solto, o Oscar Knightz, representante do trio de ouro (formado por ele mais o Bainha e Zé Baixinho), aproveitou o intervalo, fez alguns anúncios da entidade e tascou dizendo que em poucos instantes cantaria um trecho do refrão do samba deles, pra todo mundo ouvir. Pronto o zum zum zum foi geral. A expectativa se fez em alta com todos pagando pra ver. Quebraria ali, o mestre Oscar, o segredo musical guardado a sete chaves. O tempo passou e nada, tudo guerra de nervos, pura cena, tática de malandro passado na casca do alho, só pra ouriçar. Mesmo assim, foi o suficiente pras Pastoras (Sílvia, Vanilce e Vilma) ficarem de olhos e ouvidos bem abertos na espera da pequena deixa do concorrente. Mais tarde, com ar de desapontadas se mostraram convencidas que era apenas blá blá blá e que eles (o trio de ouro), pelo jeito, sequer tem um samba pronto. Elas, por seu turno, apostam que emplacarão de novo um bom samba e, para tal, confinam-se em falas miúdas, parece inclusive que andam fazendo a reza do terço e se apegando em pedidos pra Santa Bárbara lhes proteger e guardar. O Waldison Pinheiro (Misteira) que as vezes ataca de arranjador e guru das pastoras, apareceu por lá e danou a cantar uma frase meio improvisada lá, lá, lá, açaí coisa e tal, deixando alguns com a pulga atrás da orelha. Será que dessa vez ele deixa as pastoras e vai pra disputa sozinho, defendendo um samba próprio? O futuro dirá! O compositor e advogado Toninho Tavernard, calado e comedido como ele só, tem feito rápidas passagens pelas cercanias do quadrilátero Antonio Chulé Calixto/Remanso/Tenda. Ele chega, olha, saca alguma coisa e pronto, só volta na semana que vem. Pelas atitudes, com certeza está fazendo um samba com seu filho e parceiro Eduardo Neto. A juventude do Tigre leia-se, Danilo, Eduardo, Dudu, Carlinhos e Tobá, promete debutar na disputa com um samba de sacudir a poeira, ou melhor, balançar o açaizeiro. Os integrantes do recém criado grupo Fina Batucada, tem se reunido às escondidas e prometem além de garra e sangue novo, um samba forte pra esquentar a concorrência. Fernando Chapéu é outro que fica por ali a rodear. Fala com um, abraça outro, sorri e dá panca de quem vai competir. Estaria o pagodeiro do Takanã, preparando alguma surpresa? Aguardem! De sabor envolvente e teor vitaminado o enredo açaí tem despertado o interesse de outros bambas do samba local que tem marcado constante presença naquelas paragens, dentre eles, Ernesto Melo, Nilson (Mistura Brasileira), Marquinhos do Cavaco, Amarildo (Grupo Guaporé), Zezinho Maranhão e Alan, todos com suas reconhecidas patentes na arte de compor. No calor da disputa que se inicia aparece a figura do Val, o empreendedor e dinâmico gerente do Bar do Calixto, que de bobo não nada, tratou de lançar uma bolsa de apostas pra aquecer ainda mais os ânimos, envolvendo a disputa do Asfaltão que já está pra lá de fervendo. A sorte está lançada, façam sua apostas afinal, como diz o presidente da escola, Reginaldo Macumba, quem for podre que se arrebente ou então vá tomar açaí que alimenta e é bom pra saúde.
O autor é Presidente da Fundação Cultural Iaripuna
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