Quarta-feira, 22 de março de 2017 - 18h15
Professor Nazareno*
A recente operação Carne Fraca da Polícia Federal contra o setor de frigoríficos, produção e exportação de carnes e derivados mostrou ao mundo a precariedade e a gambiarra de parte dos empresários brasileiros. Mostrou também o pouco caso, o jeitinho, a ganância, o improviso, o terceiro-mundismo e o amadorismo que vários executivos locais ainda teimam em seguir. Muitos desconsideram ou não percebem que nos países civilizados e desenvolvidos e que importam grande parte dos nossos produtos agropecuários, essa prática está extinta há muitos anos. Óbvio que a Polícia Federal dessa vez errou feio ao divulgar de forma pirotécnica a operação sem prever as consequências internacionais para esse estratégico setor da nossa economia. E também porque generalizou-se a bandalheira quando menos de 5% pratica o que foi mostrado.
Muitos países da União Europeia, Japão, Coreia do Sul dentre alguns outros que importam nossos produtos já suspenderam temporariamente a compra até melhores esclarecimentos do governo brasileiro. Guardadas as devidas proporções, essa operação desastrada “cortou as pernas do Brasil”. Foram décadas de trabalho duro para que se conquistassem esses selecionadíssimos mercados. E tudo pode ser jogado fora por causa da estupidez e da ambição desmedida de meia dúzia de sujeitos metidos a empresários. O famoso jeitinho, tão comemorado por aqui, pode levar o nosso país à bancarrota, ao fracasso, à desgraça e à pobreza. Carne podre, produtos adulterados, carniça, corrupção, jeitinho e toda sorte de sujeiras jamais serão aceitos em países civilizados. Pior: muitos desses maus empresários sabem disso, pois visitam sempre todos esses países.
Levar vantagem em tudo, ter lucro exorbitante independente de quem o paga e como paga, ascender erradamente ao mundo dos negócios e da riqueza são práticas comuns para grande parte dos homens de negócios brasileiros. Aqui, de um modo geral, alguns empresários do setor de construção civil, por exemplo, constroem edifícios com material de segunda qualidade sem levar em consideração o fato de que seres humanos, pessoas mesmo vão morar nestes apartamentos. “O importante é o lucro”, devem pensar. Até no Carnaval a gambiarra nos carros alegóricos é uma constante e pessoas morrem por falta de segurança. No futebol, campeonatos Sub-20 quase sempre têm jogadores de 22 ou 23 anos inscritos. Leve seu carro ao mecânico para trocar uma peça e não se estresse se pagar por todo o serviço ou por uma peça nova que não foi trocada.
A maioria desse povo iletrado e subdesenvolvido que vive do jeitinho é podre em sua essência. Sempre foi governado por políticos igualmente podres. Deve ser por isso que muitos acreditaram cegamente que o Primeiro Mundo consumiria produtos podres também. O governo podre do Brasil, liderado por Michel Temer, um golpista também podre, para “botar panos quentes” no gravíssimo problema e provar que a nossa carne não é podre, levou embaixadores e representantes dos países que compram nossos produtos para um churrasco numa churrascaria de Brasília que só vende carnes importadas. É mole? Desculpa mais podre do que esta não existe. A situação é tão podre no Brasil que essa operação da PF está servindo para abafar outra operação igualmente podre: a Lava Jato. Quase não se fala mais nela. Tem muita gente querendo crucificar a Polícia Federal por causa do caos criado. Uma nação podre nunca escapará da podridão.
*É Professor em Porto Velho.
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