Sábado, 20 de maio de 2017 - 20h46
247 - Jornalista Chico Pinheiro questionado o sumiço do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes nos últimos dias. "Por onde anda Gilmar Mendes, amigo de Temer e de Aécio? Não temos ouvido suas opiniões...", escreveu o jornalista no Twitter.
Portal Jurídico Jota informou que investigadores da Lava Jato avaliam pedir o impeachment de Gilmar, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, depois que ele foi flagrado em uma ligação telefônica com o senador afastado Aécio Neves (PSDB) articulando apoio no Senado para aprovar um projeto de lei que teria objetivo de frear as investigações do esquema de corrupção da Petrobras – o projeto de atualização da Lei de Abuso de Autoridade.
Conforme a ligação do dia 26 de abril, interceptada pela Polícia Federal com autorização do ministro Edson Fachin, o tucano pediu a Gilmar que telefonasse para o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) para que ele seguisse a orientação de voto proposta com Aécio no PLS 85/2017. Segundo o senador do PSDB-MG, a alternativa seria uma saída para não parecer que a “bancada foi toda contrariada” (leia mais aqui).
No mesmo dia, o plenário do Senado aprovou o substitutivo do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que estabelece as novas penalidades para crimes de abuso de autoridade nos três poderes.
Também pelo Twitter, Chico Pinheiro criticou o pronunciamento de Temer neste sábado (20). "Temer começa seu discurso atacando e desqualificando o PGR Janot e o Min. STF Fachin. A quem interessa isso?", questionou o jornalista.
Vale ressaltar que, em documento enviado ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou que Temer e Aécio fizeram articulações para estancar a Operação Lava Jato. "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot.
Acusações
Delação dos donos da JBS, os empresários Joesley Batista e seu irmão Wesley, apontou que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Depois, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. O empresário disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". O teor das delações foi publicado pelo colunista Lauro Jardim, do Globo.
Em nota, Temer disse que "jamais" solicitou pagamentos para obter o silêncio de Cunha e negou ter participado ou autorizado "qualquer movimento" para evitar delação do correligionário.
Em delação premiada, o diretor da JBS Ricardo Saud afirmou que Temer, durante a campanha à reeleição em 2014, embolsou R$ 1 milhão de R$ 15 milhões em propina que o PT havia mandado a empresa dar para o então vice-presidente. "Michel Temer fez uma coisa até muito deselegante. Nessa eleição, eu só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o (Gilberto) Kassab, outro o Temer", disse Saud, em referência também ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações de Temer, segundo o BuzzFeed Brasil.
O peemedebista será investigado por corrupção passiva, organização criminosa e tentativa de obstrução à Justiça.
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