Quinta-feira, 13 de julho de 2023 - 17h03
Sempre que acompanho pelo noticiário os desdobramentos de operações
realizadas pelas Policias Federal e Civil, com a participação do Ministério
Público de Rondônia, destinadas a desmantelar quadrilhas especializadas em
desviar recursos públicos, por meio de licitações fraudulentas e outras
picaretagens do gênero, não consigo conter o entusiasmo e, por consequência,
aumenta ainda mais a crença de que realmente precisamos fortalecer cada vez
mais nossas instituições, em todos as esferas de poder.
Acho que esse tipo de sentimento não acontece somente comigo.
Afinal, qual cidadão de bem já não vibrou, num primeiro momento, com as prisões
efetuadas pelos agentes da lei em decorrência das inúmeras operações realizadas
até agora contra predadores dos dinheiros públicos? Contudo, decorridos alguns
dias das operações, um a um, os envolvidos nos esquemas fraudulentos logo são
vistos circulando pelas ruas das cidades, dirigindo seus carrões, ou, então, esbanjando
o dinheiro do povo em ressortes e hotéis de luxo, dentro e fora do Brasil,
tranquilamente, sem nenhum embaraço, causando certo desconforto (para não
carregar no substantivo) na sociedade. Afinal, quem aprendeu desde cedo que se
não deve roubar e que lugar de ladrão é atrás das grades, devidamente punido
pela Justiça, e não nas ruas, não pode achar isso normal. Certo?
Mas, infelizmente, é exatamente isso que acontece no Brasil, o que
seria diferente se o tal Estado Democrático de Direito fosse, de fato, fundado
num sistema justo de leis, e não em pessoas, que delas acabam se servindo,
segundo o lugar que ocupam na pirâmide social, os chamados cidadãos de primeira
classe, os privilegiados que só conhecem os benefícios da lei, em detrimento do
cidadão de terceira classe, ao qual a lei é aplicada com todo o seu rigor.
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