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Coração pode afastar Temer do poder - Por Alex Solnik


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  Não é a primeira vez que, em situações de crise política governantes do Brasil adoecem, de fato ou como pretexto para saírem de cena e em episódios sobre os quais pairam as sombras de um elenco de dúvidas, como aconteceu com Temer, que acusou entupimento nas artérias – é o que se sabe até agora - precisará fazer cateterismo, segundo a TV Globo. 

   Em 1955, o sucessor provisório de Getúlio, Café Filho baixou hospital – também coração - quando esquentou a crise da posse de Juscelino, estando a classe política dividida entre os golpistas, que tentavam impedir sua posse (Carlos Lacerda) e os legalistas (General Lott). Seus detratores garantem que foi uma estratégia para sair de cena por alguns dias. No entanto, ao tentar voltar, depois de receber alta, foi impedido pelo general Lott que o acusou de golpista - e ainda o condenou a prisão domiciliar. Aquilo se chamava democracia, mas o ministro da Guerra tinha a prerrogativa de prender o vice-presidente da República.

   Café Filho recorreu ao STF que respondeu o seguinte: como a constituição não define os procedimentos em caso de doença do presidente da República, o Supremo não tem o direito de se pronunciar e sim o Presidente da República e o Congresso Nacional.

   O presidente (então Nereu Ramos) e o Congresso decidiram pelo afastamento de Café Filho e ele foi derrubado.

   Costa e Silva teve um derrame cerebral em 1969, uma semana antes da data em que assinaria uma emenda constitucional que derrubaria o AI-5, que ele próprio decretou em 13 de dezembro de 1968, provavelmente não suportou a pressão dos militares da linha dura que pediam o endurecimento do regime.

   A doença de Tancredo Neves, também pouco esclarecida, como as demais doenças presidenciais ocorreu em outro momento crítico, a passagem de bastão de um ditador militar para um presidente civil.

   Temer está extremamente pressionado, o que justifica a repercussão no órgão mais sensível do corpo, o coração, mas pode ser também uma boa forma de sair de cena – sem renunciar, nem ser afastado.

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Alex Solnik  /  Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos

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