Segunda-feira, 10 de setembro de 2018 - 07h27
247 - A pesquisadora Silvia Ramos, coordenadora do Observatório da Intervenção, ligado ao Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes, avalia que a percepção dos militares sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro é cada vez mais unânime no sentido de interpretá-la como uma armadilha, um erro e uma forma sub-reptícia de promover um governo moribundo.
O jornalista Mauricio Silva entrevistou a pesquisadora para o site DCM. Confira alguns trechos da entrevista:
"Nós analisamos a partir de três dimensões: números, fatos e modelo. Os números são muito ruins e preocupantes no que diz respeito aos crimes contra vida. Principalmente em relação à letalidade policial, na qual houve um crescimento assombroso. Quando se tem um governo perdido na área de Segurança pode-se considerar que lá na ponta os policiais estão se excedendo porque estão fora de controle.
Mas normalmente o que se tem é que as polícias sob comando são controladas e há uma queda desse indicador. Então, temos uma situação muito anômala e preocupante que é o fato de, sob intervenção federal, a política de segurança aparentemente vem sendo de radicalizar uma orientação, um problema histórico que é a de termos uma polícia que mata muito.
O Rio é um lugar traumatizado por chacinas como a de Vigário Geral, da Candelária e da Baixada, entre outros eventos com participação de forças policiais. O Rio é também um estado que tem problemas específicos de corrupção policial, e o combate a esta questão foi colocada com ênfase pelos comandantes militares no início da intervenção, mas pouco ou nada se avançou. Todo este contexto levava a crer que esses números seriam controlados.
Os fatos são também muito ruins. Temos o assassinato de Marielle, que produziu um trauma e uma preocupação grande de quando e se vai ser elucidado. Tivemos uma chacina na Rocinha, na qual morreram seis ou sete pessoas [o número é incerto] e não sabemos o nome de todas essas pessoas. Tampouco avançou-se na elucidação dessas mortes, nem sabemos se os policiais da Tropa de Choque envolvidos na ação serão punidos ou premiados. E houve um crime muito traumático que foi o assassinato do jovem Marcos Vinicius, durante uma operação policial no Complexo da Maré.
Por último, o modelo: o que verificamos é um discurso e uma lógica de guerra pra tratar da Segurança Pública. Todos os dias temos demonstrações que existe um modelo em curso, utilizado pelas Forças Armadas, que usa uma lógica de forças preparadas para a guerra, com uso de grandes operações e muitos soldados. Este modelo coloca muito em risco alguns princípios fundamentais da área de Segurança Pública, que não são mais discutidos pela áreas de Segurança no mundo inteiro, como o princípio de diminuir o número de confrontos e mortes.
Um exemplo é que o general responsável pela Segurança Pública, Richard Nunes, declarou que gostaria de alterar a classificação das mortes decorrentes por intervenção policial para mortes por legítima defesa. Na prática, ele não pode fazer isso pois não depende dele. Mas é uma declaração muito preocupante, pois não se resolve problemas de violência mudando a estatística. Uma autoridade de segurança falar que quer tentar mudar a classificação é algo muito grave."
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