Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 - 17h29
JUACY DA SILVA
O Natal pode ser visto diferentes prismas. O religioso ou transcendental onde a ênfase é a salvação das pessoas e da humanidade do pecado, onde “Deus se fez homem e habitou entre nós” como diz o texto sagrado do cristianismo. O outro é a dimensão representada pelo estabelecimento de um reino de paz, justiça e solidariedade que deveria advir da presença do Messias e, finalmente, o do consumismo onde a figura de Jesus é substituída pela do Papai Noel e a busca de um lucro momentâneo por parte dos grupos econômicos que exploram de todas as formas tanto o sentimento religioso quanto o desejo de festejar uma data importante no calendário mundial.
Enquanto os cristãos comemoram pouco mais de dois mil anos do nascimento de Cristo e tentam propagar a sua fé, apesar das várias divisões, seitas e sectarismos, a humanidade continua assistindo quase que atavicamente a própria degradação através de guerras, conflitos, violência nas mais variadas formas e intensidade, miséria, desigualdade social, econômica e abandono.
Por ironia a região em que Deus escolheu para que cristo viesse ao mundo, ainda continua palco de um dos mais antigos conflitos, onde dezenas de milhares de pessoas tanto judeus quanto palestinos já foram sacrificadas no altar da incompreensão e da falta de diálogo.
Enquanto famílias estão comemorando o natal com muita fartura, trocando presentes, se abraçando e desejando muitas felicidades e se preparando para um novo ano cheio de alegria e realizações (sonho de toda a humanidade), milhões de famílias estão vivendo em acampamentos na condição de exilados, expratiados, vitimas de perseguições de toda ordem, principalmente política e religiosa e outras tantas não terão sequer um prato de comida para saciar a sua fome.
Para milhões de seres humanos o natal é apenas mais um dia, em nada diferente do que vivem ou vegetam nas ruas, praças e sarjetas abandonados a própria sorte não conseguindo entender a verdadeira mensagem de natal que seria o amor, a compreensão, a justiça, a fraternidade. a dignidade e a igualdade de oportunidades.
Não podemos também deixar de lembrar que enquanto comemoramos o Natal milhões de pessoas pelo mundo afora estão nas prisões, nos leitos hospitalares, nos abrigos de crianças e de idosos, muitos totalmente esquecidos até mesmo pelos familiares. Essas pessoas jamais recebem um presente, uma palavra de carinho e atenção e parece que são verdadeiros párias em um mundo que tanto propaga o crescimento econômico e os avanços tecnológicos e as excelências do cristianismo. Para essas pessoas o natal nada significa!
Oxalá, em meio a tanta euforia também tenhamos pelo menos alguns minutos para refletirmos sobre a realidade de quem não comemora o natal por essas e outras razões. Oxalá um dia o natal seja realmente um momento para refletirmos mais sobre o verdadeiro sentido do que nós, cristãos, comemoramos e possamos transformar nossos preceitos, nossas crenças e nossa fé em uma energia transformadora para o bem coletivo; aí sim, o Natal poderá ser comemorado com alegria verdadeira!
Só assim tem sentido quando dizemos “Feliz Natal”! Algo que vem do fundo do coração e também de nossas ações para construirmos um mundo melhor para todos/as!
JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de A Gazeta. Site www.justicaesolidariedade.com.br Email professor.juacy@yahoo.com.br
Estrada da Penal – o retrato do descaso oficial
A RO – 005, conhecida como Estrada da Penal, é a única via terrestre que dá acesso a milhares de moradores do baixo Madeira, como Vila Calderita, Sã
Do outro lado do poder: Lula sempre defendeu a Anistia
O ano era 1979. Tinha acabado de chegar de Belém do Pará, onde fui estudar e tive os meus primeiros contatos com a imprensa na Revista Observador Am
Consórcio 4UM-Opportunity vai cobrar pedágio na BR-364 sem investir nenhum centavo imediatamente
A BR-364, uma das principais rodovias de Rondônia, está prestes a ser concedida à iniciativa privada pelo prazo de 30 anos. O consórcio 4UM-Opportun
Centrão aproveita fragilidade do governo Lula para exigir mais cargos
A popularidade do governo Lula vem caindo a cada pesquisa de opinião pública. Há quem diga que nunca esteve tão baixa. Muitos são os motivos, entre