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Deus, o Diabo e o Brasil - Por Professor Nazareno


Professor Nazareno*

Porto Velho, RO - Conta a História que Deus, cansado de tanto ver os políticos brasileiros pedirem votos em Seu nome, teria proposto um pacto com o Satanás. O Todo Poderoso também não estava muito satisfeito com os empresários do país que, segundo Ele, estavam distribuindo propinas para toda a classe dirigente para garantir os destinos da nação.

O pacto era simples: Deus, por um bom tempo, saía de cena e não se incomodaria com os brasileiros e o Cramunhão passava a nos comandar e com isso, claro, ficaria depois com a maioria das almas verde-amarelas. Como era tinhoso, o Cão deu poderes a todos. Do PT ao PSDB passando obviamente pelo PMDB.

Todos os políticos e dirigentes receberam aval para enganar o povo e lhe subtrair seus caros impostos. Militares, CUT, a mídia e até parte da Justiça, todos teriam poderes para surrupiar os incautos e idiotas.

Mas Deus tinha que anestesiar os roubados, os humilhados. E assim foi feito, pois o “Senhor dos Senhores” estava cansado dos brasileiros e queria férias. A partir de então ninguém reclamaria de nada mesmo sabendo que seria enganado, vilipendiado.

O Onipresente teria colocado na água uma substância que ao ser ingerida transformava inconformados em verdadeiras ovelhinhas. Mas o Pé Rachado quase bota tudo a perder quando permitiu na maior cara de pau aqueles 7 X 1 no futebol.

Anestesiada, a população do país trabalharia como camelo para sustentar as classes política e empresarial. Não faltaria Carnaval nem futebol. Deus criou Banda do Vai Quem Quer, blocos carnavalescos, escolas de samba e muitos times de futebol. Os mais populares seriam campeões. A felicidade reinaria e a população alegre se divertiria como nunca.

Políticos e empresários se danaram a roubar feito rato catita. Roubaram a previdência, os bancos públicos, as instituições, os hospitais e até as escolas. Quebraram Estados e municípios. Levaram dinheiro de hidrelétricas, de construções de estradas, metrô, dos salários dos funcionários. Redes de esgoto e saneamento básico não foram construídas nas grandes cidades só para desviar verbas para as contas dos felizes administradores públicos.

A mídia sabia de tudo, claro, mas ficava calada enquanto a felicidade reinava entre o alegre povo, que se divertia adoidado indo aos estádios e pulando carnaval. Com Deus de férias e o Diabo à frente dos negócios protegendo os salafrários, a devassa ao Erário se deu de forma assombrosa. Até a carne consumida nos churrascos ficou podre e imprópria para o consumo humano. Mas ninguém reclamava.

Em Rondônia, província pobre, distante e atrasada a roubalheira também virou rotina. E qual o problema? Basta dizer ao povo do lugar que ele é honesto, probo e trabalhador.

Todos vão acreditar na lorota e, claro, continuar votando e elegendo ladrões como se fosse a coisa mais normal do mundo. O Coisa Ruim não queria, mas foi convencido de que se cidadãos religiosos fossem candidatos, os votos chegariam aos montes e bovinamente se aumentaria o rol da patifaria. “Vote no pastor ou padre e ganhe um terreno no céu”, era o slogan mais conhecido durante o pleito.

O Belzebu permitiu até traficantes de drogas bancando eleições. Judeus, muçulmanos, hindus, cristãos e todas as outras denominações também receberam propina. Já há relatos de que Deus quando voltar de suas férias, não quer mais administrar o país. E o capeta também não quer, pois alega que foi corrompido e subornado pelos nossos políticos. E agora?

*É Professor em Porto Velho.

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