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Direito ou privilégio?


Valdemir Caldas - Gente de Opinião
Valdemir Caldas

R$ 8 mil por mês. Esse é o valor que cada um dos vinte e quatro deputados estaduais de Rondônia estaria recebendo desde janeiro deste ano a título de Auxilio Alimentação, oficializado por eles próprios. Em outros tempos, a medida teria provocado reações de revolta na maioria da sociedade, hoje, porém, parece que a população se acostumou com esse tipo de provocação. Tanto que não me recorde de ter ouvido, lido ou assistido na mídia local, nenhuma manifestação de protesto ou coisa do gênero sobre o assunto. 

Não custar destacar que, além dos subsídios, os deputados estaduais recebem verbas indenizatória e de gabinete, cujos valores e nomenclaturas variam de estado para estado. Por que o reajuste no valor do auxílio? Será que a Assembleia Legislativa não poderia ter esperado um pouco mais para conceder o aumento? O auxílio é um direito ou é um privilégio? Uma coisa é certa: a distância que separa alguns salários de servidores públicos - como é o caso dos membros do poder legislativo estadual, apenas para citar um exemplo - do menor salário do país é uma evidencia escancarada da injustiça oficializada. 

De algumas pessoas com as quais conversei sobre o assunto, a sensação experimentada é de que esse não é um aumento legítimo e justo. Pelo contrário, é uma bofetada na cara da sociedade. Outras, contudo, disseram que o Auxílio não é merecido, principalmente quando se observa que quase cento e vinte milhões de brasileiros não têm garantido o que comer. E, quando se olha o mapa da fome no Brasil, em Rondônia, a realidade não é muito diferente do que ocorre no resto do país. Não se tem dúvida de que essa decisão ofende a maioria dos rondonienses e ignora a exigência anunciada de que é preciso cortar gastos. De quem? Se aquele que deveria dar o exemplo vai na direção contrária. 

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