Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Do dito “em política o que parece é” e da justeza das guerras


António CD Justo - Gente de Opinião
António CD Justo

A expressão idiomática "em política o que parece é" para ter uma perspectiva verdadeira terá que ter em vista o contexto em que é aplicada. Dado hoje a percepção pública influenciar muito os políticos, estes moldam os seus discursos de maneira a parecerem positivos e em sintonia com o que o eleitorado deseja. A frase terá a sua validade na medida em que a imagem pública (opinião das pessoas) é que irá determinar a “realidade” política separadamente do que a política faz!

Todo o espírito crítico não pode isentar a política como se fosse um sector onde não há manipulação da informação e desinformação e isto porque é da natureza da defesa de interesses criar-se aparências ou distorções para beneficiar certos atores políticos e prejudicar seus adversários.

No discurso político, a que estamos  habituados,  é notória a tendência das partes para justificarem acções hediondas e as fazerem acompanhar com rectóricas de valores éticos positivos, o que leva uns e outros a caírem numa atitude de bisbilhotice tendente a encobrir os verdadeiros interesses que se encontram por trás de muitas das acções políticas e das suas declarações públicas. Muitos políticos do topo investem na bisbilhotice pública, fazendo lembrar a dona de casa que de vez em quando lança uma mão cheia de grãos no galinheiro e deste modo cala o incómodo barulho da capoeira...

Escrevo, não com a intenção de criar prosélitos de uma ou outra facção rival, mas para que todos participemos no discurso político público de maneira a poder-se garantir que a política seja conduzida de forma justa e responsável...

Não se trata aqui de bagunçar a política, mas de estarmos preparados para a lermos nas entrelinhas.  Os subterfúgios de divulgação de factos manipulados (apresentados e interpretados com um objectivo em vista) e a criação de configurações simplicistas e eventos simbólicos fazem parte do negócio político....

Quanto à guerra justa trata-se de uma questão que pertence à controvérsia e não satisfaz nem a ética nem os interesses das populações porque se dá à custa de desumanidades e do preceito de vencer. Guerra justa será uma procura de justificação para uma intervenção...

Quanto à guerra geopolítica a desenrolar-se na Ucrânia é uma guerra injusta também porque, no meu entender, não haverá hipótese de haver um vencedor de mãos limpas e as consequências (tidas como justas!)  serão uma guerra mundial...

O poder, o negócio e os interesses económicos são os impeditivos de iniciativas de diplomacia e de mediação. O resto resume-se em discurso hipócrita para desviar as atenções do que verdadeiramente se encontra em jogo.

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8676

 

 

NÚMEROS CLARIFICAM PRECONCEITOS TRANSMITIDOS COM AFIRMAÇÕES GERAIS

 

A França produz mais Trigo que a Ucrânia

 

O acordo de grãos entre a Rússia e a Ucrânia fracassou. Pelo que os Media informam tem-se a impressão que o mundo vai morrer de fome sem culpa nossa!

Para que se tenha uma ideia do comércio de grãos no mundo, apresento os números que o Prof. Dr. Maria Finckh disponibilizou no HNA.

Nos anos 2017-2021, a Ucrânia produziu uma média de 27,23 milhões de toneladas de trigo, o que representou 3,6% da produção mundial (759 milhões de toneladas) naqueles anos.

De referir ainda que a Alemanha produziu em média 22,2 milhões de toneladas (2,9%) e a França 36,3 milhões de toneladas (4,8%) da produção mundial.

Sabe-se que 60% do trigo alemão vai parar na ração animal e outros 20% na produção de etanol, e apenas 20% vai parar na mesa. E depois tem-se o desplanto de se lamentar a fome no mundo....

Este é um exemplo de como se criam alarmismos falsos na população apresentando-se em vez de factos uma sua interpretação deles com objectivos de enganar os destinatários da informação...

Embora a hipocrisia seja uma estratégia mais fácil para os governos imporem os seus interesses, penso que as populações mereceriam mais respeito, mesmo que se complicasse um pouco mais a tarefa de governar! De boas intenções e de meias-verdades está o Inferno cheio!

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8669

UMA FOTO QUE DIZ TUDO!

Num momento da história em que deveríamos andar todos de olhos bem abertos porque o mundo que preparamos é de grandes exigências, tapamos os olhos para não nos tornamos conscientes das catástrofes que estamos a preparar. Encontrámo-nos numa fase difícil e por isso precisamos de uma esperança individual inabalável, já que, a sociedade que nos tenta dirigir não busca a paz e baseia o seu progresso em processos injustos.

https://antonio-justo.eu/?p=8674

Do dito “em política o que parece é” e da justeza das guerras - Gente de Opinião

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Silêncio do prefeito eleito Léo Moraes quanto à escolha de nomes para o governo preocupa aliados

Silêncio do prefeito eleito Léo Moraes quanto à escolha de nomes para o governo preocupa aliados

O silencio do prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), quanto à escolha de nomes para comporem a sua principal equipe de governo vem se

Zumbi dos Palmares: a farsa negra

Zumbi dos Palmares: a farsa negra

Torturador, estuprador e escravagista. São alguns adjetivos que devemos utilizar para se referir ao nome de Zumbi dos Palmares, mito que evoca image

A difícil tarefa de Léo

A difícil tarefa de Léo

Imagino quão não deve estar sendo difícil para o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) levar adiante seu desejo de não somente mudar a paisagem urban

A faca no pescoço

A faca no pescoço

Aos que me perguntam sobre eventuais integrantes da equipe que vai ajudar o prefeito eleito Léo Moraes a comandar os destinos de Porto Velho, a part

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)