Segunda-feira, 2 de dezembro de 2019 - 13h44
A Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa para apurar possíveis
irregularidades e práticas abusivas contra os consumidores de energia elétrica,
praticadas pela empresa Energisa, realizou na manhã desta segunda-feira (02),
no plenário da Câmara Municipal de Rolim de Moura, a sexta audiência pública no
interior do Estado, para ouvir as denúncias da população e de entidades.
O vice-presidente da
CPI, Ismael Crispin (PSB), conduziu os trabalhos, junto com os deputados Jair
Montes (Avante), relator da CPI, Adailton Furia (PSD) e Cirone Deiró (Podemos).
O defensor público, Sérgio Muniz, o prefeito de Rolim de Moura, Luizão do
Trento (PSDB), o presidente da Câmara de Rolim, Aldo Júlio (MDB), o advogado da
Assembleia Legislativa, Artur Ferreira, vereadores e representantes de
entidades participaram do evento. A CPI já realizou audiências públicas em
Vilhena, Ji-Paraná, Cacoal, Guajará-Mirim e Nova Mamoré.
"Desde o começo do
ano, temos indícios de várias irregularidades cometidos pela empresa Energisa.
Mas, nesta CPI, precisamos que as pessoas que se sentem prejudicadas, apresentem
material que no dê embasamento para levarmos adiante. Nosso maior aliado, são
os consumidores. Somo contra os abusos e as ilegalidades cometidos pela empresa
e fazemos esse enfrentamento à altura. É pelas pessoas honestas, pelas pessoas
de bem, que estamos nessa luta",
Segundo ele, "a
Energisa não tem oferecido qualidade, tem cobrado além daquilo que a Aneel
permitiu de aumento, que eu tenho como imoral, mas é legal, embora seja uma
afronta. Não dá para pagar que um cidadão que pagava R$ 150 mil, ter que pagar
R$ 500. Isso não podemos aceitar e dentro dos fatos sérios e apurados, temos
trabalhado para dar uma resposta à altura à população".
Jair Montes afirmou que
"temos uma missão árdua, mas já temos alcançados alguns resultados
positivos. Graças a Deus, já temos bons avanços. Uma vitória gigante foi o
bloqueio ao novo aumento, o fim de convênios com órgãos públicos, que penalizam
o cidadão, além da aprovação de leis que protegem os consumidores. Destaco
ainda a parceria da Aneel com a Agero, que vai poder aplicar multa na empresa,
em caso de abuso. Essas empresas gigantes, só sentem quando sentem no
bolso".
Ele agradeceu ao
presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes (PSDB), pelo apoio para os
trabalhos da CPI e disse ainda que "além do preço alto da tarifa, temos
ainda a má qualidade no serviço. Somos 'barriga de aluguel': temos três usinas
e ainda pagamos uma das maiores tarifas de energia do país. Não podemos aceitar
mais tantos abusos, tantas ilegalidades. A força do povo é o que nos move e
estamos dando voz à população".
Montes declarou ainda
que "a empresa deve mais de R$ 1,7 bilhão e quer pagar apenas R$ 700
milhões. O Governo encaminhou um projeto de renegociação para a Assembleia
Legislativa, mas ele foi engavetado. Não vamos dar nenhum desconto, nenhuma
moleza para a Energisa, de forma alguma".
Adailton Furia afirmou
que "desde que a empresa Energisa se instalou em nosso Estado, causou
prejuízos irreversíveis, causando inclusive desemprego, pois muitas empresas
não conseguem pagar as contas de energia e acabam demitindo. A primeira coisa
que a Energisa fez, foi se apropriar dos órgãos reguladores, como o Ipem e o
Procon, e até da Polícia Civil, através de convênios".
O parlamentar lamentou
ainda que "infelizmente, os conselheiros da Aneel se posicionam contra os
interesses da população. Nós não queremos energia de graça, mas pagar o que for
justo. Somos trabalhador e ordeiro, mas ninguém é besta. A população está
revoltada, pois a empresa, de forma arbitrária, vem massacrando o nosso povo.
Por mim, eu gostaria que essa empresa deixasse de atuar em Rondônia, mas não
depende de nós".
Cirone Deiró declarou
que "a indignação das pessoas não é somente com a alta conta de energia,
mas também com a má qualidade na prestação de serviços. Quando a Energisa
comprou a Ceron, por R$ 50 mil, prometia R$ 500 milhões de investimentos nesse
ano, o que não foi feito, acarretando prejuízos com a falta de energia.
"Aa leis estão em
vigor, mas a Energisa não respeita. Além das leis, a CPI já conseguiu, com a
força de toda a sociedade, suspender o novo aumento de energia que estava
previsto. Mas, conclamo que as pessoas busquem a Defensoria, busquem a justiça
quando se sentirem lesados, pois só judicializando é que conseguiremos dobrar
essa empresa".
Ele defendeu ainda que
a OAB possa estar junto, num mutirão de ações e conclamou que a imprensa leve a
informação aos consumidores sobre seus direitos, para que as pessoas ingressem
na justiça e gerem ações judiciais.
Ismael Crispin retomou
a palavra, destacando que "o presidente da Assembleia Legislativa, Laerte
Gomes (PSDB), esteve presente à reunião da Aneel que iria definir um novo
aumento na tarifa, e sua manifestação foi decisiva para evitar um novo
reajuste. O caminho é a união da Assembleia Legislativa, com a bancada federal,
com as entidades e com a população, visando somar forças para enfrentar essa
luta".
O advogada da
Assembleia aproveitou para informar que "na semana passada, o Ministério
Público comunicou que vai ajuizar ações, com base no trabalho já realizado pela
CPI. A Advocacia da Casa já recomendou a suspensão pelo Governo dos termos de
cooperação do Ipem, Procon e da Polícia Civil".
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