Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020 - 17h39
Na
reunião da CPI da Energisa, realizada no Plenarinho 2 na tarde desta
quarta-feira (19), o presidente, Alex Redano (Republicanos), disse que os
trabalhos estão entrando em fase final, havendo a possibilidade de que a
empresa seja retirada de Rondônia. O parlamentar explicou que há dados robustos
mostrando que a Energisa não está cumprindo seu papel, além de prejudicar a
população.
Segundo
Alex Redano, para tirar a Energisa de Rondônia é necessário o apoio do Poder
Executivo, a exemplo do que está acontecendo em Goiás. “A empresa está sendo
retirada de lá, porque o governador avalizou a decisão da Assembleia
Legislativa goiana. Isso pode acontecer aqui, para que a população seja melhor
assistida”, acrescentou.
O
vice-presidente da CPI, Ismael Crispin (PSB), esclareceu que infelizmente a
comissão não pode se reunir durante o recesso parlamentar. Ele lembrou que a
população espera que o trabalho resulte na redução da conta de energia, mas
esse não é o foco das ações existentes na Assembleia Legislativa.
“Temos
a consciência de que a CPI impediu novos reajustes. O cuidado é apresentarmos
um resultado dentro do que trouxemos para ser investigado. Antes o relógio era
arrancado da casa do consumidor sem nenhum aviso e depois vinha a multa. Temos
relatos e provas de cortes em finais de semana. Vamos apurar os crimes, os
abusos praticados pela Energisa. Essa é nossa busca, e avançamos muito nesse
sentido”, afirmou Crispin.
O
relator da comissão, Jair Montes (Avante), disse que a CPI ouviu consumidores
de praticamente todos os municípios. “Estive em Guajará-Mirim em um protesto e
orientei o consumidor. Expliquei que o funcionário da Energisa não pode mexer
em seu relógio sem a devida notificação”, citou.
Jair
Montes lembrou que, por força de lei, funcionários da Energisa não podem cortar
a luz nem retirar o relógio sem avisar com antecedência. “A empresa entrou na
Justiça, que até o momento não se manifestou. A legislação existe e deve ser
cumprida. Não podemos mais ver pais de família sendo humilhados”, afirmou.
O
deputado Cirone Deiró (Podemos) disse que agora analisará todo o material
recolhido para apresentar a população um resultado positivo. “É preciso exigir
o cumprimento do que foi acordado na venda da Ceron, que é o pagamento da
dívida com o Estado”, esclareceu.
Segundo
o deputado Adelino Follador (DEM), a situação já melhorou bastante, porque
órgãos como Polícia Civil e Ipem estão agindo. “Vimos o clamor do consumidor.
Agora a bancada federal precisa ficar junto com a população. A Energisa precisa
fazer um investimento de R$ 428 milhões até 2021 e até o momento não estamos
vendo movimentação para isso”, destacou.
Follador
acrescentou que não se vê na Energisa, na hora de apresentar trabalho, e mesma
vontade verificada na hora de penalizar o consumidor. “A empresa comprou a
Ceron barato porque assumiu também o ônus. É preciso pagar a conta e também
investir”, lembrou o parlamentar.
Agenda
A
CPI definiu agendas para os dias 3, 4 e 5 de março, quando haverá visitas ao
Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral do Estado e à Governadoria/Casa Civil.
Neste último compromisso os parlamentares querem contar com a presença dos
responsáveis pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e pelo Procon.
Foi
definida uma reunião da CPI no próximo dia 16, às 9 horas, no auditório da
Assembleia Legislativa, com representantes da bancada federal e da Aneel. A
reunião foi solicitada pelo deputado federal Lúcio Mosquini (MDB-RO).
No
dia 25 de março deverá ser ouvida a diretoria da Energisa, para que a empresa
possa prestar esclarecimentos em relação aos fatos apontados em depoimentos e
constatados através de documentação. Os parlamentares afirmaram que os
representantes da empresa terão todo o direito de apresentar sua defesa.
Advocacia
O
advogado da Assembleia Legislativa, Arthur Ferreira Veiga, esclareceu pontos em
relação às ações judiciais impetradas pela Energisa contra três leis aprovadas
pela Casa. Ele explicou que em momento algum os deputados aprovaram normas
tratando de energia elétrica, o que é atribuição do Congresso.
“As
leis tratam da relação entre a empresa e o consumidor, e a Assembleia
Legislativa tem competência para isso. Em momento algum a legislação estadual
trata do sistema de energia elétrica. Estamos acompanhando as questões
judiciais”, esclareceu Arthur Veiga.
O
defensor público Sérgio Muniz deixou claro que a Defensoria está de portas abertas
para atender o consumidor carente que se sentir prejudicado pela Energisa.
Segundo ele, são muitas as reclamações em relação à falta de respeito à
legislação estadual, em relação ao prazo para cortes e troca de medidores.
Sérgio
Muniz parabenizou a Comissão Parlamentar de Inquérito, pelo trabalho em favor
da melhoria da vida do cidadão.
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