Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025 - 13h35
A triste agonia dos consumidores de energia
elétrica no Brasil parece não ter fim. O que evidencia é que o poder das
distribuidoras privatizadas de energia elétrica não tem limite diante dos
poderes públicos municipais, estaduais e federal, que nada conseguem fazer para
dar um novo rumo a estas empresas. Enquanto isso o jogo de empurra-empurra
continua, com as empresas culpando São Pedro, os municípios e Estados culpando
a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e o governo federal culpando os
municípios e Estados (com suas agências reguladoras) que não fazem a sua parte.
Bastou iniciar o período de chuvas em algumas
regiões para potencializar o desabastecimento elétrico, com as quedas de
energia que trazem tanto infortúnios e desespero a população atingida. Será que
é a natureza a principal responsável? Ou que ainda prevalece a omissão diante
das mudanças climáticas e seus efeitos catastróficos? São Pedro é o maior
responsável?
Nesta balburdia instalada, as informações
desencontradas, muitas vezes mentirosas, acabam deixando o terreno livre para
que as empresas distribuidoras afinassem seus discursos uníssonos: a chuva é a
principal responsável, portanto São Pedro. Infelizmente ele não está entre nós para
se defender, ou mesmo admitir sua culpabilidade.
Venhamos e convenhamos, a tecnologia teve um
desenvolvimento muito grande nos últimos anos em relação aos equipamentos
elétricos, e o conhecimento científico sobre as causas e efeito das mudanças
climáticas também. Então porque as quedas de energia, os apagões, como são
vulgarmente conhecidos, não arrefeceram diante de tanta inovação tecnológica
nesta área de distribuição de energia? Além, da falta de gestão das empresas e
dos órgãos públicos em relação à previsibilidade das consequências do
aquecimento global.
O que são divulgados em todo início de ano são as
quantias astronômicas que as grandes corporações que comandam hoje a
distribuição de energia (maioria multinacionais) dizem que irão investir, e
assim modernizar esta atividade tão importante para a vida das pessoas. Só que
em cada final de ano verifica-se que os problemas perduram. E ninguém fica
sabendo se os tais investimentos foram feitos ou não. Tudo indicando que foram
falácias, mentiras, propaganda divulgadas, pois nada melhora.
Alguns exemplos de ocorrências mostram que não é
somente em um determinado Estado, município que foi atingido, mas em todos
recantos do país. Nos 10 primeiros dias de 2025 a imprensa tem divulgado:
1)
Na inoperante empresa ENEL (italiana), os problemas de apagões são contumazes.
Em São Paulo no dia 5 de janeiro mais de 190 mil residências ficaram sem
luz, atingindo a Grande São Paulo, capital e parte da região de São Bernardo.
No dia 7 o problema se repetiu deixando 650 mil imóveis sem energia na capital,
principalmente nas zonas Leste, Sul e Sudeste. Segundo a empresa, ela não teve
responsabilidade, pois a queda de energia foi causada por problema em uma linha
de transmissão e também pela queda de árvores. As constantes interrupções se
tornaram recorrentes, sem que uma solução esteja no horizonte próximo.
2)
No litoral do Ceará em muitos municípios turísticos é comum a falta de
energia neste início de ano com a chegada dos turistas. A insegurança no
fornecimento de energia elétrica é uma realidade. Para tentar evitar prejuízos
e manter serviços, a compra de geradores faz parte da rotina dos empresários da
região. A Enel Distribuição Ceará, anteriormente conhecida como
Companhia Energética do Ceará (COELCE)é a responsável pela distribuição de
energia.
3)
Em Manaus A interrupção no serviço de energia elétrica também
deixou a cidade sem água na manhã do dia 4 de janeiro. A informação foi
confirmada pela Águas de Manaus, empresa privada que administra o serviço.
Parte da cidade ficou sem energia elétrica, o que afetou o abastecimento em
Manacapuru e Iranduba, ambas na Região Metropolitana da capital. Em nota, a Amazonas
Energia afirmou em nota que o desligamento da linha de transmissão,
pertencente ao Sistema Interligado Nacional (SIN), foi responsável pela
interrupção do fornecimento de energia a diversos bairros da capital e cidades
da região metropolitana.
4)
No Pará a chuva registrada na noite do dia 4 de janeiro em
Santarém e no município de Belterra, no oeste do Estado, comprometeu o
fornecimento de água e energia nos municípios. A Equatorial Energia Pará, antes conhecida como Centrais
Elétricas do Pará (Celpa) é a empresa de distribuição e geração de energia que
atende aproximadamente 9 milhões de pessoas.
Bem, vou parar por aqui com esses registros, pois o
Brasil é continental, e assim seria tedioso (e mesmo revoltante) ao leitor
constatar que tais eventos ocorreram em todo Brasil. Somente para lembrar que
as distribuidoras foram privatizadas com o objetivo de alavancar investimentos
e modernizar a rede elétrica, tornar mais eficiente a gestão das empresas e
reduzir as tarifas. Assim afirmavam os vendedores de ilusões, que agora na
privatização do saneamento utilizam as velhas estratégias e as mesmas mentiras.
Quem viver verá!!!
___________________
* Professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco,
graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP),
mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de
Pernambuco (DEN/UFPE) e doutorado em Energética, na Universidade de
Marselha/Aix, associado ao Centro de Estudos de Cadarache/Comissariado de
Energia Atômica (CEA)-França.
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