Terça-feira, 27 de outubro de 2020 - 13h26
Na
última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na
Assembleia Legislativa para apurar possíveis irregularidades e práticas
abusivas contra os consumidores de energia elétrica, praticadas pela Energisa,
foi ouvido o diretor presidente da Energisa Rondônia André Luiz Cabral.
Presencialmente,
o presidente Alex Redano (Republicanos) e o relator Jair Montes (Avante)
conduziram a reunião. O deputado Cirone Deiró (Podemos), de forma remota,
também participou da reunião. Redano aproveitou para agradecer ao apoio do
presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes (PSDB), ao apoio dos membros
da CPI e dos demais deputados.
"Temos
uma energia de péssima qualidade, um serviço péssimo. Inclusive a forma como
tratam os consumidores, de forma truculenta e abusiva. Nessa CPI, estamos dando
voz à comunidade, que sofre com as ações dessa empresa. E hoje, vamos ouvir os
esclarecimento da Energisa", completou Redano.
Ação judicial
O
presidente Alex Redano anunciou que a juíza federal Grace Anny de Souza
Monteiro, que julga a ação civil pública contra a Energisa, solicitou o
relatório final da CPI para ser anexada no processo.
"Essa
é mais uma vitória dessa CPI, pois vamos contribuir diretamente com informações
colhidas ao longo da nossa investigação, ouvindo a população rondoniense, que
nos relatou inúmeros abusos cometidos pela empresa. O nosso relatório será mais
reforço no arsenal de denúncias contra a Energisa", afirmou Redano.
Energisa
André
Luiz Cabral apresentou uma vídeo com uma série de informações da história da
empresa. " A Energisa tem 115 anos de história. Somo o 5º maior grupo de
energia do Brasil, com dez distribuidoras, em 11 estados, que atende 20 milhões
de pessoas. R$ 500 milhões previstos para investimento em Rondônia, em 2020.
Não tivemos nenhum financiamento público nesses investimentos, que somam cerca
de R$ 1 bilhão em dois anos, com quase 7 mil obras", relatou.
Segundo
ele, "estamos aqui para esclarecer tudo o que for necessário, pois a
empresa tem todo o interesse em deixar tudo ás claras. Investimos em iluminação
pública, melhoria das agências, investimos em inovação e sustentabilidade,
melhoramos a qualidades das subestações, que hoje estão 100% automatizadas e
com 100% de licença ambiental".
Ele
assegurou que houve investimento na extensão e reforço de redes, para garantir
mais e melhor energia. "Onde a energia chegava fraquinha, agora temos
energia de qualidade e confiável. Por outro lado, essas interligações que
estamos fazendo, a exemplo do linhão de Presidente Médici a Costa Marques, vai
reduzindo o gasto, vai diminuindo os custos. Temos ainda o desligamento de
termoelétricas e isso deve representar uma economia de R$ 500 milhões ao
ano".
André
Luiz apresentou uma novidade, que é um aplicativo que será lançado em janeiro,
com todos os serviços disponíveis. Também falou sobre a expansão de redes em
áreas prioritárias, levando em conta critérios técnicos e as necessidades de
Rondônia.
"Criamos
3.500 postos de trabalho nesse período. Na pandemia, contratamos 450 novos
colaboradores. A Energisa recruta os profissionais aqui de Rondônia,
contribuindo para o desenvolvimento do Estado. Também investimos em
capacitação, para levarmos um melhor atendimento ao nosso cliente",
pontuou.
De
acordo com André Luiz, "são mais de 57 mil novos clientes, em dois anos.
Foram 38 mil rabichos removidos, 13 mil sem energia que passaram a acessar o
serviço e 6 mil novos na zona rural. Dos 645 mil clientes, um terço tem o
desconto da tarifa social e da tarifa verde (rural). Entregamos quase mil
geladeiras e mais de 27 mil lâmpadas. Temos o desafio de levar eletricidade para
comunidades quilombolas".
O
diretor presidente explicou que, "do valor cobrado na conta, a geração
responde por 41%, encargos e tributos 35,20%, distribuição 21,20% transmissão
2,5% e 21% com a Energisa. Numa conta de R$ 100, nossa parte é de R$ 21,00,
para manter o custeio, investimento e pagamento de pessoal. Entre as 53
empresas que operam no país, a tarifa de Rondônia está na 26ª posição".
Questionamentos
Em
seguida, o presidente da CPI iniciou os questionamentos. "Tem quase 7 mil
obras, mas tem muito mais ações na justiça, reclamando de diversos fatores. É a
empresa mais acionada, segundo o Procon. Sobre a contratação de mais servidores
na pandemia, foi com a finalidade de cortar o fornecimento de energia, de forma
arbitrária?", questionou.
Redano
disse ainda que "essas práticas abusivas, infelizmente, se repetem em
outros estados, com falsas acusações de furto de energia, corte sem
notificação, desrespeito ás leis estaduais, que proíbem o corte de energia em
finais de semana e feriado. Gostaria de um compromisso da empresa, para que
lesse com cuidado o relatório da CPI, para trazer soluções".
De
acordo com Alex Redano, "são 113 empresas em débitos acima de R$ 200
milhões em Rondônia, que esse valor pudesse ser feito um ajuste de contas,
quitando o débito com obras pontuais, como a construção de um hospital, de uma
escola ou outra obra de interesse público".
Em
resposta, André Luiz declarou que "a empresa está muito confiante nos
resultados do plano de trabalho que traçamos para Rondônia. É um grande desafio,
mas esse investimento de R$ 1 bilhão, nos dois primeiros anos, vai impulsionar
a melhoria nos serviços. E isso já está fazendo efeito, com a redução nas
reclamações junto ao órgãos de defesa do consumidor".
Ele
garantiu ainda que não foram feitos cortes durante a pandemia e também não são
feitos cortes finais de semana e véspera de feriados. "A Energisa respeita
as leis e os consumidores", assegurou.
Jair
Montes tomou a palavra e disse que "a Energisa é uma vergonha para o povo
de Rondônia. É uma empresa inimiga do povo de Rondônia, que esperava uma coisa
e aconteceu outra, completamente diferente. Tem gente que ganha muito pouco, ou
ficou sem renda, mas o valor da conta de energia é alto e a Energisa corta, de
forma truculenta. E não adianta fazer economia, pois o valor da conta só
aumenta".
De
acordo com Montes, "aonde moro, não pode dar um trovão, que a energia vai
embora. Na minha casa, quanto mais economizamos, mais o valor aumenta. A
Energisa que o senhor nos apresentou aqui, infelizmente não condiz com a
realidade. A realidade é outra: o consumidor é massacrado e o serviço é de
péssima qualidade. Com tristeza eu digo isso".
Segundo
o relator, "me desculpe o desabafo, mas essa empresa precisa tratar os
consumidores de maneira mais humana, ao menos. A empresa deve ao Estado e, se
não fosse a ação desta Casa, teria sido beneficiada com um desconto vergonhoso.
Eu não tenho perguntas, mas tenho indignação contra a Energisa, que humilha e
constrange a população".
Para
Jair Montes, "não temos nada contra a empresa, mas sim com a forma como
ela trata os consumidores de Rondônia. São muitas pessoas engajadas e posso
adiantar que teremos uma grande vitória com essa CPI. Ao final, vamos fazer o
nosso relatório e posso assegurar de que não vai acabar em pizza. Outros
Estados que instalaram CPI com finalidade semelhante, têm nos procurado para
repassarmos informações".
O
corregedor geral da Assembleia Legislaiva, Guilherme Erse, observou que o
representante da empresa afirmou que a Energisa não fez corte no fornecimento
de energia, durante a pandemia, para que ele confirmasse a afirmação. "O
corte por débito, ao qual me referi, seguimos conforme preconiza a lei",
respondeu André Luiz.
Alex
Redano insistiu: "A Energisa cortou a energia durante a pandemia? Sim ou
não?" Em resposta, o representante da empresa disse que "seguimos
rigorosamente ao que preceitua a lei, repito".
O
presidente da CPI questionou se a empresa realizou cortes de energia em finais
de semana e feriados, André Luiz disse que "nós seguimos sim estritamente
a legislação federal em vigor no setor elétrico. Quero ainda registrar que no
período de 2020, comparado com 2019, houve sim uma melhoria no índice de qualidade
de avaliação".
O
advogado Gabriel Tomasete questionou os números apresentados sobre a melhoria
na avaliação da empresa junto aos consumidores. "Me desculpe, mas o Procon
de Rondônia não é uma referência adequada para essa aferição".
Em
seguida, Alex Redano questionou se a empresa tem alguma contraproposta no que
se refere á obediência ás leis, respeitar o consumidor, e quitar os débitos com
o Estado. "Somos uma concessão federal, quando há uma lei estadual
divergente da federal, seguimos a lei federal", se limitou a dizer.
O
deputado Cirone Deiró afirmou que "é importante ouvir a população, mas
também é fundamental ouvirmos a empresa, para dar o direito do contraditório,
mostrar o que planeja, o que já foi investido. Para que possamos fazer um
relatório levando em contas todas as variáveis".
Cirone
destacou a necessidade de se mudar a forma de atendimento ao consumidor.
"Já tive a oportunidade de conversar com o presidente da Energisa e
mostrar a necessidade de uma maior aproximação da empresa com o consumidor".
O
defensor público Sérgio Muniz disse que "fico perplexo com as palavras do
presidente da Energisa Rondônia. Eu atendo consumidores lá no Tudo Aqui,
inclusive na pandemia. E nesse período, verificamos que ocorreram cortes sim,
não só pela falta de pagamento, mas pelas mais variadas questões. Houve cortes
sim em vésperas de feriado. Quero acreditar que o presidente esteja equivocado.
É importante ele ouvir essa situação".
Segundo
ele, "essas demandas chegam à Defensoria de forma voluntária, não vamos em
busca delas. Havia uma expectativa de, com a Energisa, houvesse uma redução
nessas demandas. Estamos à disposição para mostrarmos os nossos relatórios.
Reafirmo aqui a posição da Defensoria: estamos de braços abertos para atender a
quem não tem condições de pagar um advogado, que tem alguma demanda".
Guilherme
Erse sugeriu que o presidente da Energisa fizesse um teste, ligando para o
atendimento da empresa, para se certificar de como funciona o serviço.
"Essa CPI desnuda a conduta da empresa junto ao consumidor. Deixo aqui,
como colaboração, para questionamento: as empresas terceirizadas, que estão nas
ruas, recebem bonificação por produção, em caso de cortes e de identificação de
fraudes?"
Em
resposta, o presidente da Energisa disse que há muitos canais de relacionamento
e que o aplicativo que será lançado em janeiro, haverá a possibilidade de
acesso a muitos serviços. "Temos muitos parceiros e colaboradores, cada um
com seu próprio contrato. Nos envie o nome da empresa, para sabermos de fato a natureza
da prestação do serviço".
Não
satisfeito, Alex Redano reforçou a pergunta: "a empresa paga as
terceirizadas por cortes de energia realizados?" Em resposta, o
representante da Energisa insistiu: "Por favor, se puder nos encaminhar o
nome da empresa, a gente pode responder uma a uma, sobre o tipo de serviço que
ela oferece".
Em
novo questionamento, Alex Redano arrematou: "o senhor participou de algum
contrato com alguma empresa prestadora de serviço á Energisa?". Em
resposta, ele disse que só lembrava de contratos que envolviam recursos de
investimentos.
Insatisfeito com a reposta, Redano anunciou que vai oficiar a Energisa sobre a
contratação das empresas terceirizadas e sobre a natureza dos contratos, se
preveem alguma bonificação pelos cortes e religações, por exemplo.
"Quero
deixar claro que a finalidade da CPI não é prejudicar nenhuma empresa. Mas, sim
para apurar a atuação da Energisa. Não tínhamos conhecimento das relações da
empresa com órgãos governamentais, não tínhamos conhecimento da dívida, entre
outros. Sabemos que tem pessoas que furtam energia. Mas, a esmagadora maioria
são consumidores sérios, que estão enfrentando dificuldades para manter as
contas em dia, com os constantes aumentos, sem nenhuma justificativa",
observou.
Ao
finalizar, ele agradeceu a todos e disse que é preciso avançar na defesa dos
direitos do consumidor. "Não tem como explicar que uma residência, sem ter
aumentado sequer um ventilador, tenha o valor da conta de energia aumentado.
Esperamos que a Energisa mude o seu tratamento com o consumidor".
Energisa destaca orientações para o uso seguro de eletrodomésticos
O Manter a segurança ao usar eletrodomésticos em casa é fundamental para evitar acidentes elétricos. Pensando nisso, a Energisa reuniu dicas importa
Dicas: economize energia com medidas simples no dia a dia
A Energisa Rondônia reforça continuamente a importância do consumo consciente de energia, destacando que pequenas mudanças no dia a dia podem trazer
Energisa promove campanha de negociação de débitos neste sábado (23/11) em RO
No próximo sábado, dia 23 de novembro, a Energisa abrirá agências em diversas cidades de Rondônia para atender clientes interessados em renegociar s
Energisa reforça operações em Rondônia com frota superior a 800 veículos
A Energisa Rondônia anunciou a expansão de sua frota com a incorporação de quase 200 novos veículos, consolidando sua posição como a quarta maior fr