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Entre a ilusão e a realidade, brilha a verdadeira vida


António CD Justo - Gente de Opinião
António CD Justo

Era uma vez uma mulher chamada Maria que passava grande parte da sua vida entre o adormecer e o acordar. Nos seus sonhos, Maria encontrava mundos emaranhados, mas detalhados, onde cada sensação e emoção era vívida e palpável. Quando acordava, os sonhos continuavam a envolvê-la, como se fossem uma extensão natural do seu estado desperto. Para Maria, o que vivia nos sonhos era tão real quanto o que experimentava acordada, criando uma confusão entre a fantasia e a realidade.

Maria tinha um parceiro, Emanuel, um homem amoroso e confiante, que acreditava profundamente na interconexão das relações e das experiências humanas. Ele desejava integrar Maria completamente na sua vida, compreendendo a complexidade da sua existência à imagem da fórmula da Trindade teológica. No entanto, a convivência com Maria suscitava-lhe dúvidas sobre a natureza da realidade. Emanuel começava a questionar se era possível existir uma mulher real, com sentimentos e pensamentos, mas sem um corpo tangível que ancorasse a sua existência.

Num certo dia, enquanto Maria despertava lentamente de um sonho particularmente intenso, Emanuel observava-a com ternura e curiosidade. Decidiu falar sobre as suas incertezas e a sensação crescente de que tudo à sua volta era uma ilusão.

— Maria, — disse ele, com a voz suave — às vezes sinto que a nossa realidade é feita de ilusões, de palavras e sentimentos que nos escapam como a luz numa vela. Será que o que vivemos é verdadeiramente real?

Maria, ainda envolta na névoa do sonho, olhou para Emanuel com olhos brilhantes, carregados de significados profundos.

— Emanuel, — respondeu ela — os sonhos e a realidade são faces da mesma moeda. Quando estou nos meus sonhos, tudo parece tão tangível e verdadeiro como este momento agora. Talvez a verdadeira ilusão seja tentar separar uma coisa da outra.

Emanuel ponderou as palavras de Maria, sentindo a profundidade do dilema. A realidade que partilhavam parecia um espaço intermediário, um entremeio onde os sentimentos e a linguagem criavam uma identidade flutuante, sem lugar nem tempo fixo.

— Mas, Maria, — continuou Emanuel — se vivemos num mundo irreal, onde está a verdade? E como podemos encontrar a nossa verdadeira identidade nesse caos de sensações?

Maria sorriu, tocando gentilmente a mão de Emanuel.

— A verdade, meu querido, talvez resida na experiência suprema do amor, onde perdemos a definição de nós mesmos e nos fundimos no outro. No êxtase do amor, transcendemos o ser, e é nessa ausência de definição que encontramos a essência da nossa existência.

Emanuel sentiu uma onda de compreensão, como se as palavras de Maria fossem um reflexo de sua mente a iluminar o dia. No entanto, a dúvida persistia, aninhada no fundo do seu coração.

Os dias passavam, e Emanuel observava Maria com uma mistura de fascínio e perplexidade. A sua presença era como a luz de um cometa no horizonte, uma existência efémera, mas intensa, deixando um rastro de luz na sua alma. A fricção entre a ilusão e a realidade tornava-se uma constante, uma batalha interna entre o desejo de encontrar uma verdade absoluta e a aceitação da natureza ilusória da vida.

Num desses momentos de introspecção, Emanuel compreendeu que a existência definida pelo conflito, pelo se afirmar contra os outros, era uma ilusão. A verdadeira luz, como o relâmpago que faz nascer o ser, realiza-se na fusão do Eu com o Tu, que, no acto de superação dos egos, faz surgir o trovão do orgasmo, verdadeiro milagre já fora do espaço e do tempo. Na união do Eu com o Tu, surge a nova realidade do Nós, o novo Ser que se exprime no grito de amor, o eco dos Dois, do qual emerge o Terceiro da Aliança. A partir desta dimensão, formamos então a comunidade que nos guia, cada um de nós percorrendo o seu próprio caminho guiado pelo Nós.

Maria e Emanuel continuaram a viver nessa dança entre sonhos e realidade, aprendendo a apreciar a beleza efémera da vida e a encontrar significado na interconexão dos seus sentimentos. Na tragédia e na alegria, no amor e na dúvida, experimentam que a vida é um grito de existência, um brilho passageiro que, mesmo na sua brevidade, tem a capacidade de iluminar a alma e dar origem a novas formas de ser.

E assim, na incerteza da realidade e na profundidade do amor, Maria e Emanuel encontraram a verdadeira essência do ser, um estado de constante transformação e descoberta, onde a ilusão e a realidade se fundiam numa dança eterna de luz e sombra.

António da Cunha Duarte Justo

“Flashes de vida”

Em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9262

Também em poemas de António Justo http://poesiajusto.blogspot.com/

EM DEFESA DA FAMÍLIA E DA CIVILIZAÇÃO

 

Ensino sobre Actividade sexual apenas a partir do 9°. Ano

 

Na sequência das investigações o governo britânico estabeleceu limites de idade para o ensino de temas delicados e não adequados à idade da criança. A teoria da identidade de género não será ensinada nem qualquer discussão explícita sobre a actividade sexual antes do 9º ano...

As crianças devem ser deixadas em paz! O que elas precisam é de carinho, respeito e compreensão. Uma criança formatada por objectivos sociais baseados apenas na razão e em princípios pragmáticos aprende a não ser aceite e a assumir um caracter meramente funcional na sociedade...

A família revela-se como o melhor meio para se conseguir um desenvolvimento eficaz e equilibrado porque para o processo da evolução são determinantes centrais a cooperação e a coesão dos elementos. Isto é confirmado não só pelo senso comum, mas também pelos dados científicos e pelos factos da história do desenvolvimento humano. (O facto de se valorizar a família não significa que se desprezem os homossexuais; em toda a natureza não há regra sem excepção e a excepção confirma a regra sem que seja diminuída, sim, até porque na realidade, uma e outra são obra da natureza e da Criação)...

O que se torna mais trágico de observar na Europa é o facto de, por um lado, ela ser intimidada pela concorrência geopolítica de novos imperialismos baseados em valores herméticos contra os nossos, e por outro lado, a Europa, em nome de valores universais, contra si serve os rivais, na medida em que, em atenção a eles,  destrói a base dos próprios valores que dariam consistência ao próprio povo quando os polos rivais se afirmam em valores próprios e não universais. Necessita-se uma reflexão sobre um ajuste à nova situação geoestratégica de maneira a ser-se legítimo afirmar dentro da própria civilização os valores que ela gerou e lhe deu rosto no mundo. Doutro modo a utopia de um humanismo global arruína a nossa civilização devido ao estádio em que ainda nos encontramos nas civilizações e na correspondentes inter-relações.  Aposta-se num humanismo global e ao mesmo tempo implantam-se cavalos troianos do adversário no próprio terreno...

 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em: Pegadas do Tempo  https://antonio-justo.eu/?p=9271

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