Segunda-feira, 24 de abril de 2017 - 20h55
O corpo do cantor Jerry Adriani foi enterrado no final da tarde de hoje (24) no Cemitério Francisco Xavier, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. Ídolo da Jovem Guarda, o artista enfrentava um câncer e morreu nesse domingo (23), vítima da doença. Centenas de fãs que acompanharam a cerimônia de despedida cantaram músicas do artista ao longo do cortejo até o jazigo da família.
Discos de vinil e uma guitarra do músico foram levados pelos fãs ao velório, que durou todo o dia. Jerry Adriani era o mais jovem integrante da Jovem Guarda e estava com a agenda de shows lotada até setembro.
O cantor Neguinho da Beija-Flor disse que visitou Jerry no hospital na sexta-feira passada (21) e ficou conversando com ele por quase duas horas. “Ele era meu amigo há mais de 40 anos. Vou ficar bom para a gente fazer um show junto na quadra da Beija-Flor'”, lembrou.
A cantora Adriana disse que a morte de Jerry Adriani é uma perda irreparável. “Primeiro show que eu fiz na vida ele me apresentou como irmã. Ele é muito importante para mim. Estive no aniversário dele e a gente fez a maior farra. Estou muito abalada.”
A fã Sonia Maria, de 66 anos, disse que gostava do cantor desde que era criança. “Assisti vários shows do Jerry quando era mais jovem. Ele foi meu ídolo e vai ser para sempre. Estou aqui para prestar as últimas homenagens.”
O cantor Flávio Miranda, também lamentou a morte do amigo. “É um momento muito triste para mim. Eu já o conhecia há muitos anos, mas fiquei amigo íntimo dele há 10 anos, quando convivi com ele, a mulher, a família. Foi uma das maiores honras que eu tive na minha vida, com essa pessoa especial que Deus nos colocou.”
Trajetória
Nascido Jair Alves de Souza em 29 de janeiro de 1947 no bairro do Brás, na cidade de São Paulo, Jerry Adriani começou a vida profissional em 1964, com a gravação do seu primeiro disco, Italianíssimo. No mesmo ano gravou seu segundo LP, Credi a Me. Seu nome foi inspirado em dois artistas estrangeiros: o ator americano Jerry Lewis e o cantor italiano Adriano Celentano.
Em 1965 lançou Um Grande Amor, seu primeiro disco gravado em português. Tornou-se apresentador do programa Excelsior a Go Go, na antiga TV Excelsior de São Paulo. Ao lado do comunicador Luís Aguiar, apresentava músicas dos Vips, Os Incríveis, Trini Lopez, entre outros. Entre 1967 e 1968, já na TV Tupi de São Paulo, passou a apresentar A Grande Parada, ao lado de artistas como Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marília Pera. O programa era um musical ao vivo que apresentava grandes nomes da música popular brasileira.
Depois se transferiu para o Rio de Janeiro e trouxe Raul Seixas para a capital fluminense. Os dois eram amigos desde a época em que Raul tinha uma banda em Salvador, chamada Raulzito e os Panteras, que posteriormente foi a banda de apoio de Jerry e o acompanhou em sucessos como Tudo Que É Bom Dura Pouco, Tarde Demais e Doce Doce Amor.
Em 1975, participou do musical Brazilian Follies, dirigido por Caribé Rocha, e exibido no Hotel Nacional por um ano e meio. Dali em diante, fez shows por todo o Brasil e em vários países do exterior.
No começo dos anos 1990, gravou um disco que trazia de volta as origens do rock and roll, intitulado Elvis Vive, um tributo a Elvis Presley, o 24º de sua carreira.
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