Sábado, 24 de fevereiro de 2007 - 05h36
Sessenta mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Esse é o número de pessoas que estiveram na 27ª edição da Banda do Vai Quem Quer. Tranqüila, sem incidentes. Sem muitos carros de som. Sem caipirinha de graça. Sem carros concorrentes no acostamento das avenidas. Sem o acesso livre para carros nas principais ruas do centro de Porto Velho. Sem música baiana (nada contra, mas a banda é frevo). Sem chuva. Ainda sem iluminação adequada. Sem carros de estrelas. Sem problemas no som. Sem brigas de maiores conseqüências. Porém, com policiamento ostensivo. Presença significativa do Corpo dos Bombeiros, com os carros novos, que permitiu até um merecido banho aos foliões. Avenidas limpas (sem vendedores fixos que atrapalham o fluxo de pessoas). Com buracos nas ruas. Os buracos incomodam até pedestres, imaginem motoristas.
Qual o segredo? Planejamento e organização, é claro. Interesse do poder público em dar segurança, que é de direito do cidadão brasileiro. Pronto. Quando todos os atores fazem a sua parte, não tem erro. Quem ganha com isso? Todos nós. Evitamos sair mal na mídia nacional (desculpem o trocadilho). Ponto para todos. Acidentes e mortes custam muito mais para o Estado e Município do que um bom trabalho preventivo. Parabéns a todos, inclusive os foliões.
Mas não foi só isso. Acompanhei o General da Banda, o Manelão, do Quartel General até a residência oficial. O pique continua o mesmo. O homem é um furacão. Anda rápido e dá "esporro" em todo mundo que não estava se comportando de acordo com o figurino. Principalmente, em quem estava trabalhando.
Continua carismático. Por onde passava era ovacionado. Abraços, beijos, palavras de carinho, não faltaram para o Símbolo maior da Banda. Não subiu no carro. Nem ficou "protegido" pela corda. Enfrentou a multidão. Andou na pelas calçadas. Andou no meio do povo. Mas, o General cansou. Devo considerar o calor "infernal" naquela tarde de sábado de carnaval. Cansou e sentou na beira da calçada, antes de chegar na Joaquim Nabuco, lugar oficial do descanso do Guerreiro.
Tenho minhas dúvidas que ele não tenha feito de propósito. Só mais uma brincadeirinha de carnaval. Levantou e seguiu em frente em passos rápidos. Parabéns General, pela sua coragem e persistência. Mas está na hora de organizar o bloco e cuidar da saúde. Não dá mais pra contar com a sorte.
O que me chamou a atenção foi a Manoelinha. A filha do Manelão, que acompanhou firme seu pai durante todo o percurso. Ela já fez isso outras vezes. Mas o que me impressionou foi a personalidade da moça, quem nem tem quinze anos ainda. Se comportou como a sucessora do General. Falava com todos e também recebia o carinho do público. É a vez das mulheres mesmo.. Já temos uma comandante da PM, e quem sabe, teremos uma comandante da Banda. Parabéns Manoela.
A Banda não tem mais controle, pois começa quando o brincante sai de casa. É um ritual que se repete há 27 anos. É automático. Sábado de carnaval, apenas levanta e sai. Não quer nem saber se haverá um ou trinta carros de som. Se vai haver ou não segurança. A festa é dele e feita por ele. E ponto final.
Foi o que aconteceu este ano. Apenas um carro. E tudo certo.
Percebi, desde os ensaios do Galo da Meia-Noite, que algo está mudando no carnaval de Porto Velho. São as influências de outras vertentes culturais, como as quadrilhas, que enfrentaram todos os preconceitos, quando resolveram trocar a chita pela "seda", e, principalmente, trocar a sanfona pelo órgão. Sair das tradicionais músicas de quadrilha para um som, de quadrilha, mas com outros elementos musicais que deram maior dinamismo nas coreografias e evolução das quadrilhas. É a inovação que saiu do âmbito das festas juninas e ganha força, diria, até irreversível, no carnaval de Porto Velho.
Ao invés da tradicionalíssima introdução da marchinha de carnaval Vassourinha, que renova as forças dos amantes do carnaval, este ano a introdução do forró "Quero Trepar no Pé de Côco", quem tem um efeito semelhante nas quadrilhas, principalmente, na Rádio Farol, renovou os ânimos dos foliões na Banda e também nos outros blocos. Creio ser essa, a responsável por essa importante mudança no folclore de Porto Velho.
O certo é que quando toca "forró frevado", o FREFORRÓ, ou seja, música de forró em ritmo de frevo, com os acordes relevantes do órgão, substituindo a sanfona, a Banda pegava fogo, assim como os ensaios e o desfile do Galo da Meia-Noite e se estendeu até a terça-feira, no Pirarucu do Madeira.
Eu e o meu amigo Léo Ladeia, ficamos algum tempo olhando os brincantes colocando em prática a nova forma de dançar frevo, agora apimentado com forró. Isso é um sinal do tamanho da influência das quadrilhas no carnaval de Porto Velho. E tudo isso por quê? Porque ousaram, mudaram, experimentaram, enfrentaram o tradicionalismo, enfim, inovaram. Não se assustem se as quadrilhas resolverem tocar frevo durante suas apresentações no festival folclórico. E os bumbás? Quando vão sair da mesmice e inventar alguma coisa que os renove? Porto Velho é rico em diversidade cultural. O problema é que falta pesquisa, mais experimentos. Já temos o Kilomboclada. Aliás, cadê o Kilomboclada? Sumiu, como muitas outras novidades. Desejo vida longa ao FREFORRÓ. Compositores, personalizem esse ritmo e o transformem em arte local.
Fonte: Sérgio Ramos (www.sergioramos.com.br)
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