Sexta-feira, 6 de setembro de 2019 - 12h02
Há
exatamente 11 anos, em Washington D.C., o rondoniense Samuel Saraiva sugeria à
Organização das Nações Unidas (ONU) investimentos em tecnologia Freeze Dry como
solução para combater a fome em regiões atingidas por catástrofes.
Agora, o Programa Mundial
de Alimentos (PMA) informa que 60 mil bahamianos clamam por alimentos.
“Parece que as lições da
história não foram assimiladas”, disse pelo Waths App Samuel, relembrando
matéria publicada neste portal Gente de
Opinião (abaixo), assinada pelo jornalista Montezuma Cruz.
Após devastar Bahamas o
furacão Dorian deixa um rastro de calamidade, morte, destruição e multidões
famintas. Apesar dos limitados esforços internacionais para ajudar as vítimas
de Dorian nas ilhas bahamianas de Grand Bahama e Ábaco.
O furacão também provocou
estragos no sudeste americano, e o Presidente Donald Trump declarou: “Tivemos
sorte na Flórida. Muita, muita sorte na verdade”.
É bem verdade que se os
Estados unidos foram ajudados pela sorte, conforme afirmou o mandatário
americano, os moradores das Bahamas no arquipélago não tiveram a mesma
bem-ventura e hoje tentam sobreviver com a esperança de ajuda humanitária que
deverá levar dias para receberem.
Enquanto a Organização das
Nações Unidas (ONU) calcula que mais de 75 mil pessoas foram afetadas na
passagem do furacão Dorian pelo arquipélago caribenho. O organismo multilateral
prometeu enviar "em breve" oito toneladas de víveres às Bahamas, onde
cerca de 60 mil delas precisam de alimentos e agua potável, segundo o Programa
Mundial de Alimentos (PMA).
Essa catástrofe me transportou
ao projeto idealizado pelo rondoniense Samuel Saraiva que em abril de 2008,
escrevera ao então presidente do WFP Executive Board – World Food Programme, em
Roma (Itália), José Eduardo Barbosa, apontando a conservação de alimentos como
uma saída exitosa para populações onde grassa a fome.
Posteriormente, foi
informado que o projeto estava sendo avaliado nas divisões técnicas pertinentes,
entretanto, de nada valeu a percepção de Samuel Saraiva antevendo possíveis
situações futuras.
Ele estava correto em sua
vocação legislativa. A percepção para a ameaça do flagelo da fome em áreas de
catástrofes com demanda por alimentos tiveram, de fato, indiferença daquele
organismo internacional, seus técnicos. Governos que poderiam ter acolhido a
proposição, demonstraram estar desprovidos de sensibilidade social e de
compaixão humanitária, a qual deveriam exercer, em contrapartida pelos
proventos que recebem e os revestem da responsabilidade moral e funcional de
socorrer quem necessita.
“Sensibilizado com o alcance
da proposição publiquei artigo aqui no Gente
de Opinião, em 22 de janeiro de 2010,
sob o titulo:
“COMBATE A FOME: Samuel
Saraiva, membro da Associação Nacional dos Jornalistas em Washington, DC.,
propõe investimento em tecnologia Freeze Dry como solução para combater a fome
em zonas de catástrofe”.
O site enfatizou:
“Jornalista sugere ao presidente Obama a construção de plantas industriais para
processamento em larga escala, de frutas, carnes e grãos. Medida formaria
estoques estratégicos para países atingidos por guerras, epidemias, terremotos
e furacões”.
Textos e lembranças:
“A construção de fábricas
de desidratação de frutas, grãos e carnes para formar estoques estratégicos que
atenderão a situações emergenciais de países atingidos por catástrofes – furacões,
enchentes e terremotos” – defendia Saraiva.
Na mensagem a ONU
compartilhada com os Presidentes dos EUA e do Brasil, o brasileiro defendia “um
plano abrangente de conservação de alimentos mediante o uso de tecnologia já
disponível”. “Trata-se do Freeze-Drying, método de secagem por congelamento,
tido como de extraordinária eficácia na preservação de gêneros alimentícios. Alimentos
ocupando menos espaço físico e de prática manipulação podem ser armazenados por
esse método preventivamente à ocorrência de desastres naturais, guerra e fome”.
A Presidência da República
do Brasil informou-lhe que havia submetido a proposta ao Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, “para análise e providências”. E só.
Egípcios
estocavam alimentos
Saraiva lembrava que há
mais de 4 mil anos, sem as vantagens tecnológicas da atualidade, egípcios
estocavam alimentos com relativo sucesso, para o abastecimento em longos
períodos de escassez, numa demonstração exemplar de maturidade.
“Na condição de presidente
a maior potência da Terra, V. Exª pode estender a mão aos povos acossados pela
fome, decorrente de instabilidade econômica, política e terrorismo, pragas que
florescem em tempos de grande pobreza" – sugeria ao presidente Obama.
Com lembrança histórica: “Nos
anos 1960, no mandato do presidente John Fitzgerald Kennedy, os EUA criaram um
programa para assistir as populações sul-americanas. Foi batizado de Aliança para o Progresso e durou até
1969. Foi uma arma contra o comunismo nos tempos da Guerra Fria – lembrava
Saraiva.
“Alimentos
para a paz”
Em abril de 2008 Saraiva
escrevera ao presidente do WFP Executive Board – World Food Programme, em Roma (Itália),
José Eduardo Barbosa, apontando a conservação de alimentos como saída exitosa
para populações onde grassa a fome.
Posteriormente fora
informado que o projeto estava sendo avaliado nas divisões técnicas
pertinentes. Naquela ocasião, semelhante enviada à Presidência da República do
Brasil foi congelada no Ministério de Combate à Fome.
Enfatizava: “O terrorismo é
a grande ameaça de hoje, no entanto, os mesmos princípios que inspiraram a Aliança para o Progresso subsistem”.
Disse acreditar que o presidente Obama poderia criar seu próprio programa,
denominado Alimentos para a paz, valendo-se
da importância estratégica da tecnologia Freeze-Drying.
Testado
por astronautas
O Freeze-Driyng permite a
preservação de gêneros perecíveis, da ação destrutiva, princípios ativos,
bactérias e outras ameaças. Tudo é congelado e a água é retirada por
sublimação, sem que passe pelo estado líquido. É um método muito usado para
produzir o sorvete de gelo seco e a comida de militares estadunidenses e
astronautas.
“Países em desenvolvimento,
incluindo os islâmicos, se regozijaram com sua eleição face à sua visão do
mundo. Alegrou-nos sua ancestralidade africana, que é compartilhada por mais da
metade dos cidadãos brasileiros. Assim, intuímos que, em virtude de sua
biografia, V. Exª se encontra em patamar diferenciado para perceber a situação
aflitiva dos que se encontram em extrema necessidade” – escrevia Saraiva.
Emergência
Lembrava Saraiva que a
construção de usinas para o processamento que defende, além de proteger os
alimentos da ação de microorganismos também permitiria o aumento considerável
do prazo de validade dos estoques, como forma de evitar o injustificável
desperdício que decorrem da rápida prescrição para o consumo.
“Facilitariam também a
distribuição em situações emergenciais, diminuindo óbitos, em decorrência da
fome que ceifa diariamente milhares de pessoas no planeta”.
A inexistência de plantas
de processamento a vácuo gera o habitual desperdício de grandes estoques de
alimentos, devido à prescrição dos prazos de validade, e a degradação
resultante do armazenamento precário de cereais in natura se torna humanamente
inaceitável e aviltante à dignidade humana.
Menor
que o desperdício de safras
O jornalista pediu ainda ao
presidente Obama que adotasse providências para encorajar o setor público a
construir tais fábricas.
“Em termos filosóficos o
projeto apresenta-se solidamente viável se comparados os custos totais do
empreendimento em relação ao custo de vidas humanas. Sob um enfoque
estritamente econômico, tais investimentos seriam compensadores, considerando a
eliminação do desperdício de safras inteiras, toneladas de alimentos que
poderiam atender milhares de pessoas famintas no planeta”.
Também sugeria que os
Estados Unidos liderassem essa guerra contra a fome encorajando os países
ricos, bem como os emergentes, a preservar e estocar alimentos, atendendo dessa
forma ao imperativo estratégico da segurança alimentar, em compromisso com a
ética, justiça social e paz mundial.
“Hoje, diz Saraiva, a
realidade tão somente confirma o imediatismo insensato das elites governantes”,
afirma em relação aos efeitos drásticos de furacões e outras catástrofes.
“Irresponsavelmente, optam
por desprezar a contribuição das pessoas, e me incluo entre os que ofertaram
ideias com o melhor sentimento humano, porque percebi algo além do que simples
considerações: milhões de vidas estiveram e estão em jogo no mundo onde ainda
existe fome”, assinalou.
“É visão estratégica de longo prazo, basta examinar com carinho o que há tempo foi proposto”, acrescentou.
O Desabafo de Saraiva
“O lado humano gera desespero interior naqueles que falam para um platéia ‘elitizada’ de surdos e insensíveis.
Priorizam estratégias cosméticas, falácias, descaradas promessas enquanto canalizam esforços ampliando a bilionária e insana indústria bélica ocupando o vácuo deixado pela ausência de razão e justiça que castiga a parcela mais vulnerável da humanidade.
A sensação de indicar saídas razoáveis vendo-as sucumbir no tempo ante a indiferença, deixa na alma uma sensação latente de desapontamento, apenas aliviada pela solidariedade dos que fazem ecoar o clamor legítimo por fraternidade e justiça”.
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