Quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018 - 07h58
247 - Em sua coluna nesta quinta, Janio de Freitas enumera os problemas da intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro.
"Temer não decretou intervenção: lançou o país no paroxismo da bagunça", escreve.
Confira abaixo trechos do texto:
"A desordem de ideais que explodiu, acionada pelo decreto, é pouco suscitada por divergências sobre essa hipotética solução para o Rio. Menos ou mais exaltados, os comentários se insurgem contra omissões da medida, que deixou tudo no ar, e contra tentativas autoritárias de preencher parte desse vazio. Temer não decretou intervenção: lançou o país no paroxismo da bagunça. Nada anormal se nem a mais fundamental das questões foi considerada pela turma palaciana.
(...)
Intervenção mesmo? Com base em dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em meado do ano passado, o site "Rio-247" mostrou há pouco que não há uma só cidade do Estado do Rio entre as dez mais violentas do Brasil. Nem entre as 20. Nem entre as 30. Mesmo com evidente aumento da violência no Rio, esses dados mereciam exame antes da decisão. O Rio, mal ou bem, é ainda um Estado com recursos mobilizáveis, a depender de ação superior. Pará, Bahia, Sergipe e outros, com índices alarmantes de criminalidade, sobretudo de mortes violentas, não mereceriam nem um arremedo do que é prometido ao Rio?
Michel Temer e Moreira Franco têm interesses associados na política e nos tribunais. Assim como os delinquentes, reprimidos menos ou mais de acordo com a política, e pendentes de julgamentos e prisões. São as duas pontas da ilegalidade intervencionista."
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