Quarta-feira, 30 de março de 2011 - 16h19
*David Nogueira
Os fatos envolvendo os lamentáveis acontecimentos em Jirau ainda precisam de muitas informações e explicações. Tudo parece nublado. Até o presente momento, os principais atores envolvidos parecem pouco fazer no sentido de esclarecer a lambança, propor medidas corretivas convincentes e recomeçar essa obra fundamental para os interesses do país. Isso, para os de mediana inteligência, não pode esperar muito. Até agora, os grandes responsáveis foram dois peões de obra que decidiram sair no tapa por causa de uma viagem dentro da obra... Aceitar tal versão?? Haja boa vontade!
A tática do despiste!
O Poder Público local (Governo do Estado, Prefeitura, Ministério do Trabalho, ALE, Governo Federal, etc.), durante o processo, mostrou-se ágil e extremamente interessado em ajudar a resolver o problema. Em todas as reuniões promovidas com o propósito de avaliar a crise, a empresa responsável por Jirau mandou um representante diferente para a interlocução com a mídia e com as autoridades locais. Isso não ajudava em nada e obrigava a um retorno constante de assuntos já minimamente conversados. A transferência de informações da empresa era medíocre, incompleta e confusa.
Afinal, quantos operários há em Jirau?
O que a Camargo Correa e o Consórcio ESBR têm produzido de desinformação é preocupante. Vejamos um exemplo nas notas:
Dia 17.03.11 – Nota a imprensa da Camargo Correa
“... seus mais de 22.000 profissionais alocados em Jirau...”
Dia 18.03.11 – Nota a imprensa da Camargo Correa
“... promoveu o deslocamento e alojamento para 7.500 funcionários...”
Dia 18.03.11 – Nota na imprensa no site O Observador
“... o Consórcio Energia Sustentável, através do seu superintendente, pediu alojamento para 12.000 operários...”
Dia 19.03.11 - Nota a imprensa da Camargo Correia
“... completou o transporte de mais de 8.000 pessoas...”
Dia 24.03.11 – Nota na imprensa site O Observador
“... 6.900 funcionários retirados e mandados para seus estados...”
Dia 28.03.11 Revista Isto É Dinheiro
“Presidente da Camargo Correa, António Miguel, fala em entrevista na retirada de 20.000 operários...”
Afinal de contas, alguém sabe dizer quantas pessoas trabalham no canteiro de obras de Jirau?
Poderoso Chefão Tupiniquim
A foto do Senhor Antônio Miguel Marques na capa da revista Isto é Dinheiro desta semana, 30.03.11, é reveladora. Trata-se do chamado CEO da Camargo Correa, ou seja, o “cara” da empresa. A imagem parece à encarnação do Siciliano Marlon Brando em seus bons tempos de Dom Corleone. Na entrevista, com recorte encomendado, nosso “Dom” tupiniquim assume para si toda a proeza de ter organizado, quase sozinho, a evacuação de 20.000 trabalhadores de dentro da selva amazônica... Era como se, em Rondônia, não existisse um poder público preocupado e responsável. Para conhecimento dos incautos, se não fosse a mobilização local, as ações propostas inicialmente pela empresa teriam sido uma catástrofe pela lentidão e desorganização.
Rondônia não é terra de ninguém
É possível uma empresa realizar uma grande obra como essa e não ter precauções rígidas quanto à segurança, e ao controle dentro do espaço da obra? É aceitável uma empresa com larga experiência nesse tipo de obra, no Brasil e no estrangeiro, deixar as coisas caminharem até esse ponto?
Não parece muito inteligente pensar que a responsabilidade de algo dessa magnitude seja resultado apenas de entreveros momentâneos entre alguns valentões... Muito menos aceitar a justificativa do Presidente da ESBR, Vítor Paranhos, dada na Globo à Mirian Leitão, dando como uma das causas o fato da rodovia BR364 ser um corredor de cocaína vinda da Bolívia...
Vamos a um fato concreto: Por que, até o momento, Jirau, dos 90 milhões em compensações, só liberou 17,5 milhões, sendo que desse quantitativo, apenas 6 milhões foram executados? Por qual motivo a qualidade das condições de trabalho na obra caiu tanto com o passar dos meses?
As compensações dadas à região pela obra estão aquém do necessário? Precisam ou não de adequação?
O poder político local precisa se manifestar em favor do povo de Rondônia.
Todos aguardamos com interesse o resultado das apurações em andamento.
Ei!!! Ei!!! Onde fica mesmo a casa da mãe Joana?
* Professor David Nogueira
Secretário de Comunicação do PT/RO
Foi fundador do Sintero e dirigente da CUT e CNTE.
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