Segunda-feira, 23 de julho de 2018 - 07h19
Kolinda Grabar-Kitarovic é a presidente da Croácia. Sim, o mesmo país que foi vice-campeão da última Copa do Mundo de futebol realizada na Rússia. A chefe de Estado croata é uma linda e encantadora mulher, apesar dos seus quase cinquenta anos. Durante a Copa do Mundo roubou todas as atenções do planeta inteiro quando, nas arquibancadas dos estádios russos estava torcendo pelo seu país. Se quisesse, Kolinda poderia visitar Roraima e sua gente. Mas é muito pouco provável que ela deixe a sua organizada, limpa e civilizada Zagreb para visitar a feia, podre e fedorenta cidade de Porto Velho. Mas nunca se sabe, pois o “fim do mundo” sempre foi alvo de turistas de ocasião em busca de aventuras exóticas. Aqui, a beleza da presidente ofuscaria os “canhões ambulantes” e “tribufus” de 40 anos que circulam pelos nossos meios sociais.
A loira mais charmosa da última Copa do Mundo poderia, em terras karipunas, assistir a uma partida de futebol, já que ama tanto este esporte. Genus X Rondoniense na “Arena Aluizão” poderia entreter a dama croata e a sua comitiva. O “clássico do nada” talvez até aborrecesse os croatas, exímios praticantes do bom futebol. Os 200 torcedores, lotação máxima do estádio, gritando euforicamente o nome de seu time de coração certamente deixariam perplexos os visitantes. Mas é na área da política que os eslavos e a sua bonita presidente ensinariam muitas coisas aos rondonienses. Na Rússia, Kolinda assistia aos jogos de seu país com ingresso comprado com o seu próprio dinheiro. Passagens e hotéis foram também adquiridos com a sua renda. Durante a estada, ela pediu que o seu salário fosse descontado para cada dia em que estivesse fora.
Nas redes sociais dizem que ela teria vendido o avião presidencial, diminuído o seu salário e o dos ministros, aumentado o salário mínimo do país e proibido a aposentadoria de congressistas. A Croácia não é um país rico e fazer isto é uma ação social. A presidente fala pelo menos sete idiomas, inclusive o Português, e nunca se julgou superior a ninguém por isso. Ela é muito popular na Croácia. Já pensou os políticos rondonienses diante de exemplos como os dela? Alguns inclusive poderiam aprender com ela a se expressar melhor na língua de Fernando Pessoa. Mas o principal mesmo seria não roubar o Erário nem usá-lo em benefício próprio. Nada de diárias, hospedagens, nem viagens desnecessárias. Todos aprenderiam a respeitar melhor os pagadores de impostos, que sustentam nababescamente a inútil classe política daqui.
Alguns opositores, no entanto, acusam Kolinda de ser xenófoba e fascista por demonstrar amor incondicional ao seu país, a Croácia. Se os rondonienses e a classe política local amassem de fato este Estado com a mesma intensidade com que ela ama a sua nação, certamente este horrendo lugar seria bem diferente. “Rondônia é onde nasci e por isso o meu amor a tudo daqui”, seria o pensamento aprendido com os exóticos visitantes. Nada de se aposentar e “picar a mula” para ir morar nas praias nordestinas, por exemplo. Amor ao país é uma coisa para sempre e não apenas em época de Copa do Mundo, este seria outro bom ensinamento. Bandeiras do Brasil em carros, casas e apartamentos e o uso de camisas com as cores nacionais devem ser sempre incentivados independente da ocasião. Mas Kolinda Kitarovic jamais nos visitaria: a inconfundível camisa xadrez em branco e vermelho não seria vista em meio a tanta poeira e fumaça.
*É Professor em Porto Velho.
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