Segunda-feira, 29 de maio de 2017 - 07h20
247 – A pinguela chamada Michel Temer caiu e o que se busca, agora, é um substituto, afirma o cientista político Fernando Limongi, professor da USP e pesquisador do Cebrap.
"O cenário político continua conturbado. O preparo da massa para a pizza teve que ser adiado. A coalizão que comandou o processo de impeachment se esfacelou, perdeu o rumo e trabalha para catar os cacos. Difícil que se recomponha ou ache seu rumo. A pinguela ruiu, levando consigo muitos dos que dela se serviram para atravessar o rubicão. Tanto quanto Dilma no início de 2016, Temer é um paciente terminal. Sobrevive, contudo, por falta de alternativa. Falta o que ele próprio foi para a presidente Dilma: a alternativa que deu a todos a esperança da salvação", diz ele, em artigo publicado nesta segunda-feira.
"Encontrar um substituto não é simples. O ungido tem que sobreviver, não pode estar contaminado pelo material tóxico que se abateu sobre Temer. Eis aí o problema: restam poucas alternativas. Para onde quer que se olhe, qualquer que seja o nome aventado como a saída, em pouco tempo, problemas aparecem e a candidatura se torna radioativa. Nenhum político cabe no figurino e apelar para juízes, aposentados ou não, representa um salto no escuro", afirma. "A situação é trágica; um verdadeiro fim de linha. A elite política brasileira colhe os resultados da sua irresponsabilidade, da inconsistência das estratégias que vem adotando, cujo exemplo mais acabado é o processo movido por Aécio Neves contra a chapa Dilma-Temer, iniciado, segundo suas confidências a Joesley, apenas para 'encher o saco', uma resposta às 'sacanagens' de que teria sido vítima ao longo da campanha."
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