Terça-feira, 27 de julho de 2021 - 17h58
Ao menos num aspecto, existe semelhança entre a Seleção
Brasileira que disputou a Copa América e a situação político-eleitoral do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o favoritismo. No caso da Seleção,
conquistar o bicampeonato do torneio seria um feito e tanto. Conquanto ainda
não tenha admitido publicamente que é candidato à presidência da República,
nenhum petista duvida que a ambição de Lula é o de retornar ao comando no país.
Se nas casas de apostas de mundo a Seleção Brasileira
aparecia como a principal favorita ao título, por aqui, desde há muito os
institutos de pesquisas de intenção de voto observam e sinalizam para uma
vitória tranquila do petista. Assim como na Copa América a Seleção Brasileira
não estava isenta dos eventuais tropeços num ou noutro jogo, afinal havia
adversários de tradição e, portanto, não seria prudente desprezá-los,
igualmente, em que pese Lula despontar na dianteira das recentes sondagens,
nada garante, por enquanto, que a sua eleição está assegurada.
Ainda estão na memória de muitos brasileiros os escândalos do
mensalão e do petrolão, além de outras práticas em que a ética foi mandada para
o escanteio. Por isso não convém cantar vitória antes da hora, ou, como dizem
alguns, calçar o salto alto do já ganhei. Isso porque, durante a campanha
eleitoral, o contra-ataque dos adversários do petista será pesado, sobretudo
nos seus pontos mais vulneráveis.
Pelo que se viu durante os jogos da Copa América, não deu
para ignorar a determinação com que a nossa eterna rival Argentina entrou na
disputa. Logo, para corresponder à expectativa do torcedor brasileiro, a
Seleção Brasileira precisava vencer, primeiro, o espectro do favoritismo e, sem
querer inventar, jogar o que sabia e o que podia, assim como devem estar
apostando os eleitores que acreditam cegamente na vitória de Lula.
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