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Maioria dos cidadãos alemães acham que o Estado se encontra demasiado estressado


António da Cunha Duarte Justo - Gente de Opinião
António da Cunha Duarte Justo

As Ondas estadunidenses movem a Alemanha e as Ondas alemãs movem a Europa

A falta de confiança na capacidade de ação do governo alastra-se como fogo nas populações da Alemanha e da União Europeia. Segundo uma investigação publicada em 15 de agosto de 2023 pelo instituto “Pesquisa Forsa”, encomendada pela Associação dos Funcionários Públicos Alemães (DBB), apenas 27% dos entrevistados acham que o Estado é capaz de cumprir as suas atribuições. 69% consideram-no sobrecarregado.

A população encontra-se cada vez mais dividida por falta de confiança na liderança do governo. O presidente da DBB, Ulrich Silberbach, atesta que “os servidores públicos é que têm de suportar a raiva do público, e mais de 54% deles foram abusados ​​verbalmente, ameaçados ou agredidos fisicamente” (HNA 16.08). A imagem do Estado é particularmente má no leste da Alemanha, onde 77% dos entrevistados estão convencidos de que o Estado se encontra estressado em relação às suas tarefas e problemas existentes - no Oeste são 68% dos inquiridos.

Quem se manifesta mais benevolente no reconhecimento da capacidade do estado para cumprir as suas tarefas são os apoiantes dos partidos da coligação governamental: 52% dos apoiantes dos Verdes, 46% dos do SPD, 34% dos do FDP; já na oposição a aprovação desce para 22% dos apoiantes da CDU e CSU e para 6% dos apoiantes da AfD. Em sondagens reguares, a AfD já consegue maiores valores que o SPD e que os Verdes...

Tudo isto tem a ver com uma política europeia de sol poente, carente de sentido e de significado próprio. No meu entender, os sofrimentos do povo europeu expressam não só a crise sistémica (geopolítica) em que nos encontramos, mas corresponde também às dores de um parto fracassado.

Em parte, as ondas estadunidenses movem a Alemanha e as alemãs movem a Europa. A Alemanha sabe-se de mãos atadas aos aliados vencedores (especialmente aos Estados Unidos devido ao Tratado Dois-Mais-Quatro, celebrado em Moscovo em 12 de setembro de 1990 (1) e por isso sente-se também inconscientemente mal e cria, além disso, um certo mal-estar na Europa devido à sua política de refugiados (iniciada unilateralidade em 2015!) ...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8718

 

 

ARMAMENTO MILITAR MUNDIAL EM 2022

 

Estranho não haver um Orçamento para a Paz igual ao Orçamento militar

 

Países com os maiores gastos militares do mundo em 2022 mencionados pelas estatísticas:  USA 877 bilhões de US-Dólares, China 292 bilhões de US-dólares, Rússia 86,4 bilhões de US- dólares, Índia 81,4 bilhões de US-dólares, Arábia Saudita 75 bilhões de US-dólares, Reino Unido 68,5 bilhões de US-dólares, Alemanha 55,8 bilhões de US-dólares e outros em (1).

Os gastos militares globais em 2022 totalizaram cerca de 2,2 triliões de US-dólares, correspondendo os gastos dos EUA a cerca de 39%.

Força das tropas militares das forças armadas da OTAN por país 2023:

Estados Unidos 1.346.400, Turquia 461.500, França 207.300, Alemanha 192.200, Itália 173.900, Grã-Bretanha 156.200, Polónia 124.000, Espanha 117.600, Grécia 111.700, Roménia 81.300, Canadá 76.700, Holanda 42.200, Finlândia 31.000, Portugal 23.000 e outros em (2).

O grande negócio com as armas pode ser visto no seu barómetro que são as ações.  A Guerra pôs a ações de defesa em alta: No grupo de armamentos de Düsseldorf e do fornecedor Rheinmetall o preço de uma ação subiu de EUR 96 em 28 de fevereiro de 2022 para EUR 263 em 10 de abril de 2023 (3).

Se houvesse tanto empenho económico para a construção da paz como há para os que fazem o seu negócio vivendo de conflitos, este mundo seria um paraíso (4). É estranho não haver entre os ministérios governamentais um ministério para a paz tal como há os ministérios da guerra. A especificidade da política é a defesa de interesses!

Matar pessoas ou treinar outras pessoas para matar outras - sob o pretexto de preservar a liberdade - não é um jogo ou um ato patriótico, mas uma recaída na barbárie.

O que nos falta é uma cultura do compromisso e da paz!

António CD Justo

Notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8715

EM LISBOA O PAPA ASSINA A CARTA AO CLERO DE ROMA

 

O Papa Francisco na sua função de bispo de Roma e no contexto da JMJ 2023 assinou, (07/08/2023) em Lisboa, uma carta ao clero da sua diocese alertando contra o “clericalismo” e a tentação de se sentir “superior” aos outros.

Francisco começa por agradecer aos 3.700 padres da diocese de Roma o empenho num serviço que nem sempre é “reconhecido”.

E continua: “Do fundo do coração, sinto vontade de dizer que me preocupa quando voltamos a cair nas formas do clericalismo; quando, talvez sem nos apercebermos, damos às pessoas a impressão de que somos superiores, privilegiados, colocados ‘no topo’ e, portanto, separados do resto do povo santo de Deus”.  O Pontífice fala do clericalismo como uma “doença” da Igreja, que pode afetar também “os leigos e os agentes pastorais”.

O espírito sacerdotal é "fazer de nós servos do povo de Deus e não senhores..."

... Francisco termina a carta em espírito de oração dizendo “Obrigado pelo que fazem e pelo que são”.

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8712

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