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Mais uma CPI, para quê?


Mais uma CPI, para quê? - Gente de Opinião

Opositores do governo Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, estão-se assanhando para instalarem uma CPI para tentar enquadrar o presidente e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por crime de responsabilidade. O problema não é a criação da CPI, que é uma das prerrogativas do Poder Legislativo, mas o que se esconde atrás dela. Não custa lembrar que, entre as várias motivações para a instalação de uma CPI, a primeira delas e, certamente, a mais importante, precisa ser, sempre, a da apuração das denúncias e das evidências de condutas eventualmente inadequadas. Se olharmos atentamente para os autores da proposição, porém, logo descobriremos quais são suas verdadeiras intenções.

Caso realmente venha a ser instalada, seria bom que essa CPI pudesse, de fato, contribuir para que possíveis irregularidades cometidas tivessem os seus autores identificados e, por conseguinte, devidamente punidos na esfera judicial. Infelizmente, o histórico recente de investigações promovidas por aquela Casa de Leis não autoriza o cidadão a pensar que seria esse o desfecho. Ao menos entre cidadãos mais avisados. Aqui mesmo, em Rondônia, tivemos recentemente uma CPI em torno da qual se fez um barulho danado, mas que não trouxe nenhum benefício prático para os consumidores de energia elétrica, que continua pagando uma das tarifas mais caras do país.

Não quero dizer, com isso, que sou contra a criação de CPI’s, mas, quando vi a lista dos partidos que apresentaram a proposta de instalação da CPI, na Câmara Federal, tive a sensação de que ela, caso seja criada, terá um desfecho pífio. A população brasileira sinaliza com o cansaço diante desse tipo de comportamento. O espetáculo, repetitivo, já não reúne plateia. O mundo e, de modo especial, o Brasil, vive um dos piores momentos de sua história. Coisas graves estão acontecendo, cujas soluções não precisam de CPI’s. É preciso que se tenha vontade politica para fazer. A falta de respeito para com a população, a politicagem e a certeza de que a impunidade ainda triunfa ajudam a não alterar as correlações de forças. 

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