Terça-feira, 20 de agosto de 2024 - 11h00
A Câmara Municipal de Porto Velho
terá 23 vereadores, a partir de janeiro de 2025. Hoje, são 21 parlamentares.
Não sem motivo a alegria de uns poucos e a desconfiança de parcela expressiva
da população com os números apresentados pelo IBGE, segundo o qual, no censo de
2022, o município superou a marca dos 460 mil moradores e, portanto, de acordo
com a Constituição Federal, pode aumentar a quantidade de cadeiras do
parlamento até 25, porém, o elevado sentimento público e o respeito para com o
suado dinheiro do contribuinte teriam falado mais alto na decisão de suas
excelências que optaram por deixar em 23 membros.
Num país efetivamente sério mais
representantes políticos significaria também mais pessoas lutando em proveito
dos direitos do povo. No Brasil, contudo, uma notícia como essa quase sempre
vem acompanhada de desconfiança por parte da sociedade com a perspectiva de
novas e multiplicadas decepções – com as honrosas exceções, é claro.
Além do salário, quase R$ 15 mil, o
vereador tem direito a diárias, passagens áreas e verba de gabinete, porém, o
que realmente chama a atenção é a cota indenizatória, um colírio para os olhos
daqueles que não resistem à tentação de queimar dinheiro público, sem dó nem
piedade. E, se o político votar a favor de tudo que o chefe do executivo enviar
à Câmara Municipal, mesmo que isso implique em prejuízos à sociedade, como
aumento de impostos, ainda poderá indicar parentes, amigos e cabos eleitorais
para cargos na administração pública.
Teremos 23 vereadores, pois assim
manda a Constitucional Federal. Analisemos, então, o verdadeiro problema que
reside menos na quantidade do que na qualidade de nossos representantes. Com a
arma do voto, vamos caprichar na escolha, uma vez que não temos opção de não os
querer. Vamos ocupar os espaços com pessoas honestas e competentes, mandando às
favas quem nada produziu até hoje em proveito da população, exceto ocupar espaço
privilegiado de jornal para divulgar promessas que jamais saíram do papel.
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